8° O que você quer ser?
Dois dias depois, Akira, Yuki e o resto da turma estavam em um ônibus alugado, a caminho de uma hidroelétrica para uma excursão. No local, a turma estava em duas fileiras caminhando juntamente. Antes de entrar, Yuki olha para as barragens e não gosta nada Masamune estava ao seu lado e percebe a insegurança do garoto.
-Pensei que fosse os gatos que não gostavam de água... – Akira diz sarcástico.
-Me sinto ofendido agora.... – Yuki fala desfarçando.
-Foi a intensão.... – começa a rir.
-Masameune! Que cruel! – Yuki diz totalmente magoado.
-Hahah... Não pense que não estou mais zangado.
-Não entendo – fica sério – por que estaria.
-Você sabe muito bem.
O grupo inteiro entra no estabelecimento.
-‘Sei muito bem... – Yuki pensa – desculpe Masamune.... Né me pergunto o que faria se soubesse da verdade...?’
Em uma pequena parada, para uma breve explicação do professor, Yuki se assusta de repente, sai do seu lugar em direção do professor e diz baixo no ouvido dele.
-Professor, leve os alunos para um lugar seguro..... A represa está rompendo.... Confie em mim, você também acha estranho não?’
-Vamos apertar os passos – o professor fala mantendo a calma – temos que ver de fora!
Apressado, Yuki acelera para chegar no final da fila e percebe que Masamune não estava lá. Ao dobrar no corredor por onde ele havia vindo, vê Akira sentado no chão. Uma das pernas estava friccionada enquanto a outra estava presa em um buraco no chão.
-Yo! – Akira diz calmo.
-Como você conseguiu isso?!? – Yuki fala desesperado – ‘Natsu-onii-san!’
-Me separei do grupo para olhar de perto as instalações, e quando menos esperava, cai....
Acho que esse buraco foi feito com algo pesado e tentaram tapar com
gesso... Só que o gesso está mole, eles deveriam ter cuidado com isso e
colocado pelo menos uma sinalização.
-Masamune... – tenta retirar a perna do garoto do buraco – estamos sem tempo.
-Mas, acabamos de chegar...
-A represa – se assusta – rompeu.
-Hã?! – se assusta – não brinque assim... Se for por antes eu.. – é interrompido.
-Não tenha dúvidas – puxa mais forte a perna dele – sou um lobo! Esqueceu?
Akira começa a tremer e fica pálido.
-Yuki.... eu..... não sinto minha perna.
-Oh, que ótimo! Mas uma boa notícia? – puxa novamente.
-Eu não sei nadar.
Yuki olha para Masamune
surpreso. Olha para trás e percebe as luzes piscarem. Retornando o seu
olhar para Akira, percebe que o garoto estava apavorado. Olha nos olhos
dele e diz.
-Preciso que confie em mim!
-Não quando se trata disso.... nadar... lobos sabem nadar.... eu não.
Ignorando, Yuki pula e se agarra em alguns canos no teto. Passando suas pernas ao redor de Akira, que estava meio erguido, fala.
-Confie em mim, eu juro que não vou te soltar! – Masamune e Yuki trocam olhares – prenda sua respiração no 3.
-Yuki....
-1... 2...
-YUKI!
-3!
Akira prende sua respiração e tampa seu nariz. A água da represa passa por ele tão violentamente que Yuki tem um pouco de dificuldade de segurar a si e a Masamune. Porém, com a força da água, a perna de Akira sai do buraco. Ao sentir o garoto mais leve, Katsuragi levanta suas pernas e trás Akira até ele. O garoto respira desesperado. Tosse um pouco.
-Masamune... Se acalme, está tudo bem! Eu preciso que você se agarre em mim!
Parecia que Akira não ouvia. Estava em pânico. Yuki
estava um pouco cansada e a água estava muito gelada, ele fazia de tudo
para não perder a consciência. Ao ajeitar Akira em suas pernas, Katsuragi se segura apenas com uma mão, com a outra puxa Masamune e o beija selvagemente. Masamune se acalma um pouco e olha nos olhos de Yuki.
-Eu te imploro, confie em mim! Eu não vou te soltar, não vou deixar você morrer, JAMAIS!
Masamune se acalma mais um pouco e se agarra em Yuki vermelho.
-Me tira daqui... – sem forças.
Yuki segura Akira, tentando não desmaiar, fica quieto e quando percebe que a água fica
menos violenta, o garoto solta os canos e nada com dificuldade até uma
porta, abre e entra na sala. Aparentemente, só havia uma bomba que
estava submersa e um armário.
Katsuragi senta Masamune no armário e fica na frente dele se segurando na perna do garoto.
-O que faremos? – Akira pergunta com medo.
-Estou.... Pensando... – Yuki responde – sente sua perna?
-Não... Continua dormente.... – olha ao redor – a água... Está subindo... Rá.... – se cala com um soluço nervoso.
-Calma... – percebe uma janela – Masamune.... – desce sua mão e aperta a perna do garoto – está sentindo minha mão?
-Nã-não!!
Yuki analisa a perna de Akira e percebe que fora apenas uma leve torção. Rapidamente, retira o cinto da calça e coloca na perna do garoto.
-Se estiver fazendo algo pervertido eu te mato!
-Pelo jeito em que está falando, vejo que já não está com medo.
-Vou te matar!
-Me “mate” de beijos depois... – olha para a janela e pensa – tem medo de altura?
-Não.... Sei...
Depois de quebrar a janela, Yuki coloca Masamune em suas costas.
-Segure firme e não se movimente – amarra as pernas do garoto na sua cintura com cadaço.
Com dificuldade, Katsuragi sai do quarto escalando, abaixo havia um vão. Com cuidado o garoto consegue chegar até a laje do prédio. Yuki deixa Masamune sentado, faz um som quase ináldível e cai. Masamune o ampara.
-‘Onii-san....’ – Yuki pensa e desmaia.
-Yu-Yuki!! ‘A água..... – tremendo – Yuki....’ – coloca a cabeça do garoto em seu colo.
De repente, três lobos saltam para a laje do prédio, dois marrons e um preto.
-Na-Natsu-san! – diz olhando para um deles.
Na antiga casa de Yuki, Masamune estava tendo o seu pé enfaixado por Natsu, enquanto Katsuragi dormia.
-Que perigo.... – Natsu diz e suspira.
-Como isso pode acontecer? – Akira pergunta.
-Não sei, mas, procurarei saber.... As roupas estão confortáveis?
Akira
se dá uma boa olhada e percebe que nas roupas que vestia davam dois
dele. Uma camisa de tecido cinza e uma calça de algodão beje.
-Estão confortáveis. – ri.
-Eram de Yuki...
-Olhando de fora, não parece que somos tão diferentes fisicamente.
-Você é normal. Ele é exagerado.... – termina – prontinho, nada de forçar o pé.
-Sim senhor.
Ao acordar, Yuki olha para o lado e vê Masamune quieto com a perna enfaixada.
-Masamune – se senta – está ferido?
-Não, graças a você... Obrigado.
-Não ficou assustado com o meu irmão?
-Não.... ‘Falando nisso... Como eu sabia que era ele?’
-Yuki, depois me conte o que sabe. – Natsu diz.
-Certo, Onii-san... E valeu por essa.
Um homem beirando seus 49 anos (talvez), cabelos loiros e olhos castanhos, entra no quarto, dá um cascudo em Yuki e olha por alguns segundos para Akira. O homem fica sério e diz.
-Como vai.... Colombiano?
-Quem? – Natsu pergunta.
-O garoto.
-Velho.... Você bebeu? – Yuki pergunta sarcástico.
O homem da mais um cascudo em Yuki dizendo.
-Vocês são cegos?! Cheiraram café ou algo do tipo? Natsu, o cheiro dele é mais doce do que o de sua mãe!
-Ah.... – Natsu entende – faz sentido agora, mas, eles não foram extintos?
-Você é burro ou não é meu filho?
-Talvez a segunda coisa....
-Oras seu...
Masamune levanta a mão e diz.
-É.... Não estou entendendo.....
-‘Nii-san – Yuki pensa e Natsu olha para ele – explico depois’
-‘Você quer explicar o que depois?’ – Natsu pensa.
-Mas que péssima educação.... – o homem diz – me chamo Katsuragi Irude. Me chame de Iru. – sorri.
-É loucura o senhor pensar nele como colombiano – Natsu diz – eles são história pra boi dormir.
-Por quê? – Akira pergunta.
-Ah... – Irude
senta m uma cadeira e fala – por onde começo? Denominamos “Colombianos”
a primeira raça que existiu... Eles dominaram tudo e todos, eram maus.... A muitos milênios atrás, quase todos... Pode ser que um ou dois tenham escapado.... Eles era fortes Natsu.
-Mas.... Isso.... – Akira diz.
-Antes que diga algo “democrático”.... Masa-chan, um grupo de 6 pessoas ou um povo? Sem contar com os seres Humanos, é claro.
-O.... – fica triste – povo.
-Natsu-onii-san, vamos voltar pra casa amanhã temos aula.
-Ok... – suspirando Natsu fala.
-Seu velho ainda sou eu rapaz!
-Hum...... – Natsu e Yuki o fitam – até parece.
-Seus....! – dá um cascudo em cada um – Yuki, carregue o garoto, se ele fizer esforço hoje, amanhã não andará.
Voltando para casa, Yuki carrega Masamune, para que ele não force o pé, nas costas. Masamune diz.
-Vovó teria um infarto....
-Sobre seu pé?
-Sim.... Seu pai trabalha com o que?
-Meu pai é médico. Natsu-onii-san também.
-Hum.... E você? Será médico como eles?
-Pra você, tenho pinta de médico?
-Um médico galanteador, que dá em cima de todas as enfermeiras.... Talvez. – ri.
-Acha que faria isso, mesmo que meu coração seja todo seu?
Akira cora, segura um pouco mais firme nos ombros de Katsuragi e murmura.
-Não sei do que está falando...
-‘Daria tudo para ver sua expressão agora’ Acho que eu serei “dono de casa”.
-Isso quem tem que ser é a sua mulher.
-Não planejo ter uma... E você?
-Quero ser administrador... Para ajudar a vovó.
-Posso cuidar da casa enquanto não está... Lavar, passar, cozinhar..
-Não vai ser formar? Daria um ótimo professor.
-Professor? Que tal atendente?
-Tem que ser formar pra ser atendente?
-Acho que não.
-Mas, o que você realmente quer ser?
-Quero morar com o Masamune, cuidar dele, da casa.... Só fazendo isso, eu seria muito feliz.
-Ah... - se cala.
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