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sábado, 15 de outubro de 2016

O Príncipe da Natureza - Extra III

Extra III – Estou finalmente em casa.

            Ao abrir os olhos, mesmo com a visão embaciada, Yoru vê o sol da manhã aparecendo pela janela e a cortina branca sendo movida pelo vento. Ao virar-se para o outro lado, vê Urano acordando como uma criança, abrindo os olhos devagar mesmo não querendo abri-los. Quando os seus olhos se encontram, Urano sorri e diz.
-Bom dia. – baixo e manhoso.
            Yoru abraça Urano com todas as suas forças e fala quase chorando.
-Pensei... Que nunca mais te veria....
-E eu pensei – retorna o abraço – que não mais acordaria... – Urano o aperta contra si – você tem ideia de quanto tempo está dormindo? Céus...
-Há algo que me esqueci.... – Yoru diz reparando o cabelo do garoto trançado e branco novamente – ‘tudo aquilo não foi um sonho....’ Urano...
-Hum?!?
            Sorrindo, Yoru segura o rosto de Urano e o beija. Um pouco surpreso Urano fecha seus olhos e retornando o beijo, passa suas mãos pelo braço de Yoru. De repente um dos estômagos ronca.
            Urano começa a preparar algo para comer, Yoru o ajuda a descascar alguns legumes, sentado em uma cadeira de madeira de frente para uma mesa também de madeira se sentindo fraco. A pequena casa em que estavam era composta por uma cozinha acoplada em uma sala, um quarto e um banheiro, não muito grande, porém, aconchegante.
            Yoru repara nas vestes de Urano, o garoto vestia uma túnica branca com uma fita dourada amarrada em sua cintura e seu cabelo estava trançado indo até o seu joelho. A túnica deixava seus pés para fora em quanto suas mangas foram enroladas para facilitar o que estava fazendo.
-Por quanto tempo eu dormi?
-Uma semana....
-Tanto assim?
-É....
-Onde estamos agora?
-Na minha vila... Algumas casas foram destruídas... Algumas pessoas estão ajudando na restauração.
-Pensei que todos haviam morrido....
-Minha avó e a sua irmã escaparam de serem assassinadas... Minha vó criou esse clã e sua irmã criou um ao norte... Quando soube do que aconteceu aqui, ela veio imediatamente... Quando chegamos aqui eles já estavam reconstruindo o local.... – suspira mexendo uma panela – E parece que algumas pessoas conseguiram se salvar... Algumas crianças também.... Apesar dos pais não terem tido a mesma sorte.
-E o que vai fazer daqui em diante?
-Pretendo continuar com o que a minha família construiu... Somos poucos, porém, nos tornaremos vigorosos novamente.
-É impressão minha – termina o que estava fazendo – ou você amadureceu muito mais nessa semana que passou?
Urano deixa a colher cair surpreso, a recolhe dizendo.
-S-só tive que tomar várias decisões e fazer várias coisas em quanto dormia....
-Hum... Então quer dizer... – levanta, leva os legumes até a pia e abraça Urano por trás – que nós dormimos na mesma cama por uma semana... – cheira o cabelo do garoto que estava corado – que desperdício.....
O garoto fecha seus olhos em quanto coloca suas mãos a cima das de Yoru que envolviam a sua cintura e fica com os pensamentos longe durante o beijo que recebe em seu pescoço.
-Seu cabelo está branco de novo... – Yoru fala próximo ao ouvido de Urano.
-Sua barba está machucando... – sorri.
-Desculpe.... – vira o garoto para si – lide com isso mais um pouco.
Antes que Yoru beije novamente ele, Urano abre seus olhos rapidamente e empurra o rapaz dizendo.
-Ray.... – olha na direção da porta – pode entrar.... – limpa sua voz.
Um rapaz que deveria ter a idade de Urano ou ser até um pouco mais velho, entra pela porta improvisada de madeira e diz.
-Misaki-sama! – curva-se rapidamente – muito bom dia! As crianças estão juntas próximo ao lago para a aula.
-Estarei lá em um minuto...
-O rapaz curva-se novamente alegre e ao ver Yoru diz.
-É bom vê-lo acordado senhor. – sai da casa sorrindo.
-Você...? – Yoru fala sem entender.
-Ensino as crianças o que posso...
-Tem certeza que não dormi alguns 10 anos?
-Haha – sorri – tenho certeza que não... Eu tenho que ir... Se quiser pode ajudar nas casas...
-Farei o meu melhor...
Urano beija o rosto de Yoru e segue em direção a porta.
-Ah... Hoje a noite terá uma celebração as sete no centro... Não poderei voltar para casa então, me encontre lá ok?
Yoru apenas concorda com a cabeça, parecia que havia ganho na loteria em um piscar de olhos. De barba feita e estômago satisfeito, o rapaz segue até a construção mais próxima e começa a ajudar no que é necessário. Todas as pessoas ao seu redor lhe tratavam como um igual mesmo sem nem ao menos tê-lo visto uma única vez. Todos eram gentis e bondosos. De repente, seus olhos se perdem ao ver Urano tão feliz falando com várias crianças ao seu redor, algumas delas faziam um belo penteado em seu cabelo em quanto outras ouviam atentamente o que ele dizia, um sorriso bobo se faz em seu rosto.
Mais tarde, naquele mesmo dia, as pessoas dançavam em volta de uma grande fogueira, felizes e sorridentes, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Em meio a vários passos distraídos e desengonçados, Yoru consegue encontrar Urano, que estava com várias flores em volta de seu cabelo com um trançado diferente e belo. Ao ver o rapaz, Urano sorri e corre ao seu encontro, o puxa para dançar e mesmo sem jeito, ambos se divertem até a manhã renascer novamente.
Com o silêncio do amanhecer, Yoru e Urano se sentam na beira do lago próximo a vila. O rapaz tinha o seu braço em volta da cintura de Urano, esse que, deita sua cabeça no ombro que o abraçava.
-É engraçado que.... – Yoru diz olhando para o lago – eu nem faço ideia do motivo da comemoração.
-Há tantos.... – Urano diz de olhos fechados – a vida, a natureza, a felicidade, a tristeza, o amor... – sorri e abre os olhos erguendo-se para olhar nos olhos de Yoru – Você me perguntou sobre o que eu iria fazer de agora em diante.... E você, o que vai fazer?
-Eu? – se surpreende – pretendo voltar para casa.
-Voltar? – se surpreende e o sol começa a aparecer – Quer dizer que vai embora?
-Minha casa... – encosta sua testa na dele – é em qualquer lugar desde que você esteja lá.
-Não me assuste assim! – fica chateado e corado.
-Devia ter visto a sua expressão... – sorri.
Urano beija a bochecha de Yoru e olha para o sol nascendo sorrindo.
-Urano?
-Hum?
-Casa comigo?
-.... Eh....!

                                                                                                                      ~Fim~

Obrigada por ler essa obra, desculpe a demora em escrevê-la.

Ass. B.A.P.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Pure Heart - 6° Capítulo

06 Capítulo - Minha culpa.

Como já era previsto, Hinato não aparece na escola durante dois dias, até então, tudo estava bem, entretanto, tendo uma boa conversa com Toshizo e Tsubasa, o rapaz pergunta.
-Será que Hinato-san está bem? – preocupado.
-É difícil dizer.... – Toshizo diz – é raro ele ficar doente, mas, quando fica, as vezes passa semanas sem vir.
-Nossa...
-E não é só isso – Tsubasa diz – se tentarmos fazer uma visita, sua madrasta apenas nos mandam para fora... – suspira – tão problemático.
-Madrasta? – Maki repete.
-A mãe dele morreu a 4 anos atrás – Toshizo diz – e o pai dele se casou novamente a dois anos com uma nova mulher....
-Bem nova por falar nisso. – Tsubasa fala sarcástico – ela o restringe de tudo e quer controlar a vida dele, sem direito algum.
-Eh... Acho que tentarei visita-lo hoje.
-Você é fofo – Tsubasa diz como um pervertido – talvez fique o tempo que quiser por seu olhar penetrante. – ri.
-Tsubasa! – Toshizo o repreende rindo.
Maki ri e é chamado por uma garota na porta, dizendo que um professor havia chamado o garoto. Seguindo a garota, o rapaz pensa.
-‘Que estranho.... Será que eu tirei alguma nota baixa? Mas... Ainda não tivemos nenhuma prova...’
Ao passarem por um corredor soturno, Maki sente uma forte dor na nuca e apaga.
Com uma forte dor de cabeça, Maki acorda e não quer mexer nem um centímetro do seu corpo. Ao abrir os olhos, o garoto estava em uma espécie e almoxarifado, próximo a quadra de esportes por estar ouvindo o barulho de correria, suas mãos estavam presas ao local onde ficava as bolas, em sua boca estava algo parecido com tecido, com um gosto amargo preso por uma fita adesiva. Sua blusa estava rasgada, sua calça não estava nem nele e nem próximo a ele. Seu quadril latejava, por entre suas pernas escorria algo e seu corpo além de grudento, estava dolorido demais. O garoto fecha os olhos por alguns instantes e os abre outra vez.
-‘Essa deve ser a 5° vez que isso me acontece... Eu sempre caiu na desculpa de que o professor quer me ver.... Não posso ser encontrado por nenhum professor, se não, estarei em maus lençóis... Eles vão ligar para os meus pais e depois serei transferido... Como sempre... Mas, se estou onde acho que estou, só há como um professor me encontrar. Engraçado... Eu sempre lembro de tudo, mas, hoje, eu não lembro de realmente nada do que aconteceu....Bem, mais ou menos uma lembrança não fará falta – ouve alguém correndo para próximo do almoxarifado – oh... Parece que serei achado.... Adeus galera... Não esquecerei de vocês.’
Alguém abre a porta daquele local, ao olhar para a direção da porta, o sol estava se pondo e quase sem folego, estava Tsubasa.
O garoto entra rapidamente, fecha a porta e liga a luz. Além de estar com a sua própria mochila, estava com as coisas do garoto também. Tsubasa se ajoelha próximo a ele e diz.
-Graças a Deus.... Eu te achei.... Eu preciso tirar isso da sua boca...Tudo bem se eu tirar? – Maki concorda com a cabeça e o rapaz tira, era uma meia, a meia que Maki usava no momento.
-‘Já vi vocês serem mais criativos.... Meia? Por favor...’
-Makizawa.... – super preocupado – Você está bem!? Consegue me responder?!
-Como sabia..... – cospe e tenta fazer com que a sua saliva volte ao normal, quando percebe que o seu lábio estava cortado e sangrando – que eu...
-..... – engole seco, pega o seu celular e mostra uma mensagem enviada anonimamente – me enviaram isso...
Na mensagem havia a foto de Maki em uma posição sensual, não muito diferente da de como ele foi encontrado, desacordado com o nome do local em que ele estava.
-‘Mensagens com fotos... Tão clichê....’
-Eu.... – engole em seco novamente – preciso te tirar daqui... Eu sei que depois de tudo que passou não quer que ninguém te toque, mas, pode aguentar? Eu vou te levar para casa e não farei nada! Eu prometo!
-Ta tudo bem Tsubasa.... Não é como.... – vira o rosto – não é como se fosse sua culpa.
Tirando as fitas das que prendiam as mãos do garoto, Tsubasa deixa uma lágrima cair dizendo.
-É claro.... É claro que é.... Se eu estivesse com você.... – Maki se assusta e olha para ele – se eu estivesse com você.... Nada disso teria acontecido... É tudo – mais lágrimas caem – é tudo culpa minha.
-Eu.... Não preciso de guarda costa.....
-Não é isso... – solta o garoto e pega uma toalha na sua bolsa, molha com a sua garrafa de água e começa a limpá-lo – Eu recusei – funga – a confissão da presidente do conselho estudantil.... Eu disse que gostava de você... Ninguém me garante que não foi ela quem fez – coloca o seu braço desocupado nos olhos e chora pesado – Me perdoe... Eu não queria... Makiza..... – não consegue falar.
-Tsubasa.... – suspira e bagunça o cabelo dele – Eu já passei por isso tantas vezes que hoje em dia não acho mais uma cena dramática.... – fica triste – faz parte da minha rotina – o garoto ergue a vista e olha para Maki – então não fique triste, vamos resolver isso juntos.
-Makizawa....
-Vai ficar tudo bem.... ‘Me desculpe Tsubasa... Mas, mesmo que eu esteja sendo sincero, agora, não posso sorrir por você.’
-Eu vou dar um jeito nisso.... – limpa as lágrimas e termina de limpar uma parte de Maki – antes de morrer.
-Por que tanto drama?
-Todos na nossa sala receberam uma mensagem desse tipo. Apenas eu recebi a foto e o texto! 
-‘Mandar foto para todos na escola... E eu pensando que era só crime clichê’
-O que significa que Hinato também recebeu um.... E se ele recebeu...
-No mínimo... Uma bomba vai explodir.... – se sente desconfortável na posição que estava – no colégio. ‘Por que ele me vê como um amigo.... Acho que é uma das primeiras vezes que não me sinto tão apavorado.’ Apenas, me leve para casa Tsubasa. Por favor?  ‘E reze para Hinato não pegar no celular hoje.’
Tsubasa concorda com a cabeça e ajuda Maki a se vestir.