Translate it!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Choro de um Yakuza - 12° Capítulo


12.Aniversário de Morte. 

 No hospital, depois de algumas horas, Tsune entra no quarto correndo e vê Marina desacordada e com vários curativos numa cama e Norito sendo alimentado por Samantha em outra. Respirando aliviado, Tsune vai até Marina, dá um beijo na testa da garota e senta-se na cadeira ao lado da cama de Norito. 
-Quanto tempo faz..... - Tsune fala - que não nos alimenta? 
-Acho que desde o ensino médio.... talvez...? - brinca um pouco com a colher na comida - vocês estavam concluindo e eu tinha terminado, ha! Me lembro como se fosse ontem..... O idiota do colégio me xingou - coloca a comida na colher - e vocês foram tirar satisfação... Se eu não tivesse chego antes, vocês tinham morrido....                                                                                           
-Bons tempos... - Tsune diz. 
-Parando pra pensar... - da comida á Norito - minha vida foi um inferno desde aquela época, fugi pra Europa para ficar longe disso tudo, estudei e me formei em advocacia, porém, na hora do mestrado tive que desistir... Se não, vocês iriam pagar o preço. Assumi a empresa do velho, trabalho burlando a lei todos os dias, sou odiada por meio mundo e quando encontro - olha para Marina - algo que me deixa melhor, sempre acontece algo - suspira - não sei por que, mas, só de vê-la respirando já me alivia muito..... toda a minha raiva se vai..... 
Samantha se levanta e vai embora. 
-Ela parece mal... - Norito diz. 
-Está tentando se recompor sem perder a pose, ela quase perde vocês dois.... Sabe a mesa de Nogueira Amarga da sala (Uma madeira bem resistente)? 
-Claro. 
-Ela quebrou a mesa no meio com um soco.,. 
-Hahahaha.... Ai.... Aproposito..... Vocês comentaram sobre ela ter te magoado uma certa vez.... 
-Ah... Não devo ter mencionado - segura a mão de Norito - nós pouco conversamos.... Meus pais deviam ao pai dela uma quantia muito alta e acabarão pagando com a vida. Eu, todavia, fui enviado para ser o "brinquedo" dela... Tentei matá-la várias vezes, fugi várias vezes da casa dela mas, sempre era pego. Na última tentativa, o pai dela ficou muito zangado e disse que iria me fatiar, só que ela não deixou, se jogou na minha frente e levou o golpe em suas costas. "Meu soldado, minhas regras" ela disse. Eu me decepcionei com ela e comigo mesmo por ter salvo minha vida daquela maneira e naquela situação.... Mas, se me pergunta se á sigo por sentir que devo algo.... Tenho que discordar. Não acho que devo algo pra ela... Mas, tenho muito respeito por ela. 
-Afinal.... Ela arriscou a sua própria vida por você.... Samantha é uma mulher incrivelmente assustadora. - ri e olha para o lado - Marina? 
Marina acorda, olha para os dois com indiferença e fica aérea. 
-Marina.... - Tsune fala sorrindo e olhando para a garota - se tivesse acordado um pouco antes... Samantha acabou de sair daqui. 
-Samantha..... - Marina apenas repete - who....? (quem?) 
-Hum? Quem o que Mari-chan? - Tsune pergunta. 
-Who.... - Marina fala  olhando para eles -who are you.....? (quem.... quem são vocês?) 
-Inglês? - Norito fala desacreditado. 
Um dia se passa, ambos recebem alta no hospital, Marina estava recolhendo suas coisas de pé o lado da cama, quando, Samantha se aproxima e a abraça por trás. Imediatamente, por reflexo, Marina lhe aplica um golpe, Samantha cai em cima da cama, levanta-se rapidamente e olha para Marina sem entender. Tsune chega correndo dizendo. 
-Não! Marina! Está é Samantha! Samantha! Sua chefe! 
Marina olha para Tsune e volta o seu olhar para Samantha se curvando. 
-Peço minhas sinceras desculpas pelo ocorrido - ergue-se - isso não irá mais acontecer. 
Samantha fica besta, aponta para Marina e olha para Tsune. 
-Que porra é essa? 
-Olha o vocabulário.....Vocabulário... - Tsune fala rindo - ela perdeu a memória, o médico disse que poderia ser o efeito da quantidade de droga ingerida pelo organismo dela e que com o tempo ela iria voltar ao normal. 
-Tá me gozando Tsune? 
-Não - sério - a ultima coisa que ela lembra é..... 
-Estava indo para o hospital - Marina fala e começa a forçar a vista - e é engraçado porque.... Não lembro nem da roupa que usei.... 
-Em outras palavras... - Tsune continua - vai ter que esperar. 
-Oh Céus! - Samantha coloca a mão na nuca - Isso significa... 
-Sem assédio. - Tsune fala. 
Se esquivando de um travesseiro, Tsune começa a rir e coloca sua mão no ombro de Marina. 
-Vamos?  
-Sim, claro. 
Suspirando, Samantha vai para casa junto com eles. Em casa, Marina revista toda a casa e vai para a cozinha onde Samantha estava bebendo uma dose de rum. 
-Ah... Samantha-san.... - Marina diz - Posso lhe fazer algumas perguntas? 
-Sem o "san", pode me chamar de Samantha. O que quer saber? 
-Por que moro com minha chefe? 
-Você é especial. 
-E por que só uma cama? 
-Por que... - olha para a garota - geralmente eu não durmo em casa e quando durmo, você nunca se importa em dividir. 
-Ah.... - ouve um barulho - Isso poderia ser..... Você está com fome? 
-Talvez. 
-Então, vou fazer algo para comermos. - sorri e vai para o fogão. 
-Eu quero.... - é interrompida. 
-Omelete com queijo branco...... Oh.... Por que...? - fica confusa. 
-Como sempre, você sabe exatamente o que quero. 
-Hum.... 
No outro dia, no escritório, Samantha fica sentada no sofá trabalhando com o notebook em cima de um local apropriado, pois, sua mesa ainda não havia chego. Marina começa a arrumar suas coisas junto a Norito que ainda possuía faixas em seu corpo. Tsune se aproxima e pergunta. 
-E então, como foi sua primeira noite? Lembrou de alguma coisa? 
-Foi tranquila.... Mas, não lembro de nada. - Marina responde. 
-E a chefe.... - murmura - lhe tocou em algum lugar? 
-Não! Ela foi.... Gentil...  
Tsune e Norito se entre olham. De repente a porta do escritório abre-se e Fujioka aparece, senta-se na sofá em frente Samantha. Quando a mulher o percebe, fica furiosa e diz. 
-Velho... 
-Também é bom ver você minha querida. - Fujioka fala. 
-Ah.... O senhor aceita uma xícara de chá? - Marina pergunta. 
-Gentil como sempre - Fujioka responde - mas, estou bem minha querida. Obrigado. 
-Essa garota.... - Samantha murmura - O que quer? 
-Não posso visitar minha filha em seu local de trabalho? 
-Fale logo o que quer seu velho perve... - é interrompida. 
-Amanhã é o dia.... Espero que não tenha esquecido. 
Samantha, pela primeira vez em muito tempo, engole seco e apenas concorda. No outro dia, ela fica fora o dia inteiro. Na casa de seu pai, Samara estava dormindo no chão, do seu lado, seu pai estava sentado de frente para uma foto e vários adornos. Ao lado da foto, Sauro estava sentado quieto. Samantha se aproxima, senta-se ao lado do pai e o serve uma taça de vinho. Todos estavam de preto. 
-Já passou tanto tempo assim....? - Fujioka fala - Depois de algum tempo, percebi que este é o único dia que vocês me deixam falar o que quiser..... - bebe um pouco do vinho - então, acho que hoje terei que desabafar um pouco..... Samantha me odeia tanto que chega a me incomodar.... 
Sauro e Samantha começam a prestar atenção ao homem que olhava atentamente o retrato a sua frente. 
-Depois de ter Sauro, Sayako, minha doce esposa desencadeou um câncer no estomago. 
-?!! - Sauro fala. 
-Tentei fazê-la ter o tratamento apropriado, afinal, dava para ser curado.... Mas, ela não quis. Passar dias longe de seus filhos seria a morte para ela... Controlamos com remédios por um tempo, porém, eles não fizeram mais efeito algum depois de alguns anos...Ela tentou esconder que estava mal e eu estava ocupado demais com o trabalho para dar a devida atenção... Quero que saibam que, eu nunca, jamais amei ou amarei outra mulher. 
-E aquela vadia com quem anda? - Samantha pergunta. 
-Preciso estar com alguém em público de vez em quando. porém, ela nunca entrou em meu quarto. - Fujioka fala - Desde que a mãe de vocês partiu, eu, recentemente tenho encontrado um pouco de felicidade e espero que entendam seu velho pai. Samantha, se pensava que eu havia causado a morte de sua mãe e me odiava por isso, eu... 
-Não é apenas por isso que lhe odeio Fujioka. 
-EH?! 
Depois de servir mais uma taça, Samantha levanta-se e vai embora. Já estava bem tarde, Marina dormia tranquilamente quando ela chega. Muito desanimada, Samantha senta na cama cuidadosamente e fica olhando o nada. Marina acorda, senta-se ao lado dela e diz. 
-Tudo bem? 
-Oh.... Acordei você.... Desculpe. 
-Está tudo bem. Como foi hoje? 
Samantha apenas olha para Marina e deita sua cabeça no ombro dela. Um pouco hesitante, a garota apenas a abraça dando leve batidas nas costas dela. Pela manhã, Marina acorda com o cheiro de café. Observando Samantha na cozinha, sem querer, Marina sorri e prova a panqueca que estava na mesa. 
-AH! - Marina diz olhando para Samantha - Já disse para se decidir! Quando quiser panquecas, apenas escolha salgada ou doce, não coloque demais os dois se ..... - hesita - não.... Ficará estranho..... 
Com um pouco de esperança, Samantha a olha e pergunta. 
-Você lembrou de algo? 
-Não...... Só.... As palavras vieram automaticamente.... Desculpe - curva-se. 
-Tudo bem.... - aperta a colher em sua mão - apenas sirva-se. 
No trabalho, Marina estava varrendo o escritório quando Tsune se aproxima e pergunta. 
-Não quer ajuda? 
Marina observa o rapaz. Samantha estava sentada no sofá mexendo no seu notebook prestando atenção. 
-Você sabe que não consegue varrer direito, você é muito alto para a vassoura, vive reclamando que suas costas doem... - sorri - está tudo bem. 
-Ah se você diz...                                                                                                                             
-Hei!  Bono! Não coma sorvete próximo dos papeis, pode sujá-los... Quantas vezes tenho que lhe avisar? - Olha para Carol - Carol, pelo amor de Deus, não leia sem seus óculos, terei que repetir isso até no inferno? 
-Marina? - Samantha fala - Você lembrou de algo? 
-Eh?! - toma consciência do que acabou de fazer. 
*Quer dizer que sou sempre assim....? Se eu lembrar.....Se eu conseguisse lembrar....*

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será postado após avaliação ^~