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domingo, 30 de outubro de 2011

Fallen - Um Anjo em minha vidah.

                                           4.Revelações de um passado obscuro.
         Kuro vai para frente do fogão fazer um bolo enquanto Uriel está tomando banho. De repente, Uriel sai do banheiro, vira-se para Kuro e diz.
-Kuro, onde está as roupas que você falou?
         Quase por instinto, Kuro vira-se para Uriel e o vê nu. Fica vermelho que nem um pimentão, coloca uma mão nos olhos e diz.
-Uriel! Coloque uma toalha em sua cintura!
-Uma toalha.... – olha pra baixo – isso não estava ai antes...
         Trio aparece e voando cobre “as partes” de Uriel.
-Entre no banheiro Uri-chan – Trio fala – vamos ter uma conversa.
-Certo.. – Uriel diz.
-‘Pelo amor de..... – respira fundo – estou tão nervoso por vê um cara nu? Tá....eu sei......eu sou gay mas, nos conhecemos ontem, e em pouco tempo eu..... – apoia as mão na pia – o que farei?’ Beber!
         Após uma longa conversa, Uriel sai vestido do banheiro e Kurogane está sentado vendo TV.
-De-desculpe... – Uriel diz sem jeito.
-Nã-não tem problema.. – vira-se pra ele, seu coração dispara e volta o olhar para a TV dando uma boa golada na cerveja que tinha em mãos – ‘isso não pode estar acontecendo....não pode....’
-Volto depois... – Trio diz.
         Controlando a si mesmo, Kuro ensina como se faz panquecas para Uriel. Logo depois, um filme de romance estava passando na TV, Kuro interrompe algumas vezes por que vai até o bolo faz recheio e o serve. No final do filme, o casal principal beijam-se. Kuro fica vermelho e o filme acaba. O jornal começa e Kuro muda para outro canal.
-‘Não pergunte! Não pergunte!’ – Kuro pensa fortemente.
-Kuro, aquilo que eles fizeram no final.... o que era?
-Eu estava torcendo pra você não perguntar..... – vira-se para Uriel que estava um pouco longe, porém, ao lado dele – chama-se beijo.
-Beijo?
-Algo que duas pessoas que se gostam fazem.....pra demonstrar seu amor....uma pela outra....geralmente estão apaixonadas..

-E é bom?
-É...
-E como sabemos se estamos apaixonados?
         Novamente, aquele cheiro vem a tona e Kuro fica um pouco tonto.
-Quando chegamos perto de uma pessoa, sentimos nossos corações dispararem....o dia todo só conseguimos pensar nela....quando estamos conversando com ela, ficamos nervosos, com medo que algo possa aborrece-la e queremos fazer sempre, algo por ela...quando se sente assim, você pode dizer pra essa pessoa que á ama, se ela se sentir do mesmo jeito....vai dizer a mesma coisa....então, vocês se beijam.
-Legal! Mas, apenas encostamos nossos lábios? Isso é um beijo?
-Sim, as vezes.....e outras vezes....
-Outras vezes?
         Kuro levanta-se um pouco rudemente e diz.
-Estou cansado, acho que vou tomar banho e ir pra cama, vou pegar o turno da manhã amanhã.
-Tudo bem.... – se assusta.
         Um pouco descuidado, Kuro sai da “sala” e vai até o banheiro.
-‘Isso não está acontecendo... – Kuro pensa de baixo do chuveiro – Estou caidinho por ele.... – toca em uma cicatriz que tem na barriga – mas, eu posso me controlar....eu sei que posso.....então, eu vou. Ele é tão doce, merece uma garota romântica e legal.... – toca nos lábios – beijo hum?’ – lembra-se se quando Uriel saiu do banheiro, olha para baixo – não acredito....
         Enquanto isso, Uriel suspira e Trio aparece.
-Como está o clima lá em cima? – Uriel pergunta.
-Ele está uma fera com você...Ui – Trio responde.
-O que faço Trio?
-Por que falas isso mestre?
-Não vou voltar lá pra cima, mas, se não voltar posso perder você e se voltar, posso perder Kurogane...
-Te apiedaste por essa alma meu senhor?
-Não é piedade....e pare de me chamar assim, é Uri-chan aqui embaixo, lembra?
-Desculpe Uri-chan! Ui.
-Não sinto que seja piedade... pela explicação, acho que não é isso.
-Pare de ser egoísta um pouco Uriel.
-Estou aqui embaixo, posso ser o que eu quiser.
-Você é tão infantil.
-Se eu for contra eles....estará comigo Trio?
-Para sempre Senhor.
-Vá pra casa....durma, venha quando eu precisar.
-Sim, boa noite.
-Boa.
         Uriel entra no quarto e senta-se na cama. Kuro sai do banheiro vestido com um pijama, secando os cabelos e vê Uriel sentado.
-Onde durmo? – Uriel pergunta.
-De um lado – com a toalha nos lábios – e eu do outro.
-Você tem namorada?
-Não. – tira a toalha do pescoço e estende.
-Então por que tem uma cama tão grande?
-Por que antes eu tinha.... – olha para o céu estrelado – alguém.
-Por acaso você era gay?
-Hã??!! – se assusta e senta ao lado de Uriel – onde ouviu isso?
-Na TV...eles disseram que em alguns países foi liberado o casamento gay....eu não entendi muito bem, porém, é pessoas do mesmo sexo tendo uma relação....? Quando a moça falou isso, senti um tom de sarcasmo em sua voz....talvez ela não goste disso?
-Escute – encosta sua costa na parede e se encolhe segurando seus joelhos – pessoas do mesmo sexo tendo um relacionamento, para as outras pessoas...que tem relacionamentos com o sexo oposto é nojento, imoral e horrível de se ver e saber.
-Por que? Se uma pessoa está feliz com outra....não é apenas bom deixa-la feliz?
-Bem vindo ao mundo, as pessoas não gostam então...é difícil para elas aceitar pessoas assim.
-Você aceita?
-Não acho a coisa mais certa do mundo, mas, o que posso fazer se não me sinto atraído pelo sexo oposto?
-Então você é gay?
-Pode-se dizer que sim.
-Já teve algum namorado?
-Como eu disse antes, já tive.
-E por que terminaram? Pensei que o amor, como você me explicou, fosse algo que durasse pra sempre...
-E dura, quando se é verdadeiro....nós morávamos juntos, porém, certo dia eu cansei de apanhar e servir de pano de chão pra alguém que nem minhas contas pagava...
-Ele batia em você? – começa a ficar irritado.
-Sim.... – aperta um pouco mais os seus joelhos – fazia coisas horríveis...
-E por quanto tempo ficaram juntos?
-Eu não sei direito....acho que.... uns dois anos...
-Tudo isso? Aguentou por dois anos esse idiota?
-Eu achava que estava apaixonado por ele e que aquilo era o certo, então, eu apenas fechei meus olhos e aceitei.
-E o que fez vocês se separarem?
         Em todo momento da conversa, Kuro estava falando tão naturalmente que até se assustava, nunca havia falado desse assunto com ninguém antes e agora estava falando com alguém que malmente conhecia. Toda a conversa, Kuro olha nos olhos de Uriel, porém nesse momento, Kuro desvia o olhar.
-O dia em que ele chegou bêbado em casa, transou comigo a força...eu já estava acostumado, porém,  ele me bateu mais do que o costume, e me enfiou uma faca...ele não parava de beber – se relembra e fica com lágrimas nos olhos – de, me bater, de me estuprar e, por estar amarrado e amordaçado, eu não podia fazer nada....eu sou fraco sabe... – as lágrimas começam a cair – e quando ele finalmente parou, caiu desmaiado bêbado....tirei a mordaça quase que como um milagre e gritei o mais alto que pude, varias e varias vezes, até que alguém ligou pro corpo de bombeiros...eles arrombaram a porta e me levaram.....fiquei inconsciente.....três dias depois não conseguia malmente respirar, acordei cheio de dores – funga e tenta conter as lágrimas que vinham sem cessar – e com, um policial que me fez varias perguntas...e....e...
         Já não aguentando mais, Uriel abraça Kuro colocando o rapaz em seu peito num abraço aconchegante. Kuro soluçava de tanto chorar, e, Uriel fica irritadíssimo, porém, preocupado e nervoso.
-Desculpe lhe fazer lembrar disso...eu e minha boca....só pergunto o que não devo e acabo lhe fazendo ficar zangado ou chorar...
-‘Ele sabia....? – chorando Kuro pensa – que eu não estava confortável naquele momento?’
-Eu queria lhe fazer parar de falar...mas.....eu não consegui...me desculpe.
-‘Eu não sei....não sei como se chama isso....não sei como isso acontece....o que sinto agora é totalmente diferente do que antes....e também....sinto-me tão mais leve....tão melhor depois de desabafar....parece que aquele peso foi embora...obrigado por ter me feito falar sobre isso Uriel...’

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