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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Choro de um Yakuza - 8° Capítulo


                                                          

                                                                        8. Karin.


-Ah.... – Samantha diz como num suspiro – tudo bem, eu te ajudo.....está de carro?
-SIM! – Sauro fala esperançoso.
-Muito bem....Marina, venha conosco.
            Marina se surpreende e segue com eles. De carro, os três chegam depois de quase 4 horas de viajem, em uma mansão enorme, quase no meio da cidade. Ao entrarem, logo de frente para porta a quase 30m de distancia estava uma escada bifurcada para as laterais, um tapete vermelho alongava-se por ela, e, no meio da escada, em um vestido longo e delicado, estava uma garota branca, cabelos negros, olhos claros, um pouco mais alta que Marina e muito bonita.
-Karin.... – Sauro diz.
            A garota fica surpresa em ver ambos, porém, seus olhos não são desviados de Samantha.
-Que bom ve-los. – uma voz suave sai daqueles belos lábios – Acabei de chegar também.
-Como está o exterior? – Sauro pergunta feliz – e os estudos?
-Indo muito bem, obrigada... – sorri.
-Vou ser direta – Samantha fala com um pouco de impaciência – Karin, o que acha do casamento?
            Karin hesita ao receber essa pergunta dos lábios que tanto estava fitando, respira fundo e diz.
-É algo feito por nossas famílias... – fica triste – não há nada a ser feito.
-Como pode ser tão....? – Samantha diz porém é interrompida.
            A empregada aproxima-se e diz.
-Samantha-Sama, Sauro-Sama, perdoe-me por atrapalhar, entretanto, o jantar será servido daqui a 5 horas, eu deveria arrumar o quarto de hospedes?
-Não... – Samantha diz – minha secretária ficará no meu quarto, ainda temos trabalho a fazer, Sauro ficara no quarto dele como de costume...não se preocupe.
-Como queira.. – curva-se e vira-se para Karin – Karin-Sama, sua mãe está aqui e deseja vê-la.
 -Onde ela encontra-se? – Karin pergunta.
-No vosso quarto.
-Entendo, irei agora mesmo para lá. Com licença.
            Karin curva-se e segue seu caminho. A empregada curva-se mais uma vez e vai embora.
-O que há com essa garota? – Samantha diz desacreditada – ela parece tão diferente da ultima vez.
-Me ajude Samantha... – Sauro fala mais uma vez.
-Já disse que farei o que estiver ao meu alcance, não me irrite.
-Samantha... – Marina diz um pouco tonta – vamos passar a noite aqui? Porém, ainda nem é quatro da tarde....
            Sauro olha para Marina assustado. Samantha olha para a garota normalmente e diz.
-Quando venho para essa casa, tenho que ficar pelo menos uma noite....foi o que meu pai disse e não deixarei você ir sozinha para casa.
-Não sou um bebê.
-Mas.. – se aproxima de Marina – eu sou. – tenta tocar o rosto da garota.
            Automaticamente Marina dá um passo para trás, Samantha estranha, a garota olha para Samantha aperta sua nuca e fala.
-Tudo bem, mas, posso por favor tomar um banho?
            No jantar, apenas Samantha, Sauro e Marina comem algo. Karin permanece em seu quarto. Marina veste algumas roupas emprestadas de Samantha, que, ficam grandes porém, incrivelmente confortáveis. Marina dá uma boa olhada no quarto e pensa.
-‘É como se....ela tivesse saído de casa por algo, deixado todas as suas coisas para trás....e seu quarto tivesse ficado do mesmo modo...como se ninguém tivesse mexido em nada.....é até nostálgico ver algo assim.....lembro-me de minha casa.....e.....daquele.....corpo’ – se arrepia e fica com um olhar aterrorizado.
            Marina olhava para sua roupa e por todo chão onde somente via sangue. Fica desesperada e senta-se bruscamente no chão agarrando seus cotovelos e fechando os olhos.
-‘É só uma lembrança! É coisa de minha cabeça.....já chega.....tenho que parar de lembrar.......’
-Marina?! – Samantha assusta-se e se abaixa na altura de Marina, ergue sua mão para toca-la, porém é rejeitada.
-Não me toque.....estou bem...... – ergue o rosto e olha para Samantha.
            Não demonstra, porém Marina fica muito mais assustada, vê o rosto de Samantha totalmente ensanguentado. Pisca bem forte e tudo volta ao normal.
-‘Meu....Deus......’ – Marina pensa quase chorando – estou cansada, acho que vou dormir.
-Ce-certo... – fica desajeitada.
            Marina deita-se de um lado da cama e Samantha de outro.  Samantha rapidamente dorme e a outra garota não consegue.
-‘Como se já não bastasse eu ter que enfrentar Samantha e seus caprichos, tenho que bater de frente comigo mesma...essas alucinações.....é a primeira vez....é tão horrível......não posso me preocupar com isso agora, estou tão cansada....mas, não consigo dormir.....’ – levanta-se e sai do quarto.
            No meio da escadaria, Marina para e olha para uma janela imensa, onde sua única visão era a lua cheia, o céu estrelado e a noite calma e silenciosa.
-‘Essa janela....eu não á tinha percebido... – olha mais atenciosa – Sinto falta de você mãe...onde está? Está bem? Sente minha falta também? Você era a única que eu podia conversar....e agora...’
-Ah.... – Karin encontra Marina na frente da janela – não consegue dormir também? – gentilmente.
-Não me acostumo com casas novas. – sorri e olha para a garota.
-E eu com o fuso horário. – ri.
            Marina ri também.
-Sei como é no começo para mim era difícil.
-Você não é daqui?
-Não, meu pai era Japonês, foi para Nova York, conheceu minha mãe e ficou por lá mesmo. Tenho traços Japoneses, mas, sou americana.
-Se você não fosse tão morena, até eu diria que és Japonesa.
-Já ouvi muito isso onde morava.
-Sei..... – olha para a janela.
            Marina olha para a janela também e fica mais tranquila e distraída.
-Você deve estar empolgada... –Marina diz – para o casamento.
-Ah... – suspira – nem tanto. Na verdade, não desejo me casar.
-Eu já sabia, só queria puxar assunto.
            Karin vira-se para a garota assustada.
-Como você...?
-Se você não quer, apenas diga.
-Não posso.
            Marina olha para Karin nos olhos.
-Sabe senhorita Karin, corrija-me se estiver errada, mas, tenho certeza que não quer largar os seus estudos e prende-se a uma família por algo que não almeja....
-Meus pais me obrigaram, não tenho como....
-Acredite em mim quando digo que, não são seus pais que ficaram debaixo do mesmo teto com uma pessoa que considera como amigo, não são eles que vão desistir dos sonhos, não são eles que vão prender-se a algo que não querem.
-Você não entende....eles não iriam aceitar.
-Sabe, ninguém mais vai viver a sua vida por você....e se você não pode vive-la do jeito que quer, quem viverá por você? Você é só uma garota....não tem como ter vivido o bastante para se orgulhar.
            Karin assusta-se, nunca em toda sua vida alguém havia falado com ela dessa maneira. Um sorriso forma-se no rosto dela e um abraço impulsivo faz com que ambas caiam no chão, Karin em cima e Marina a baixo.
-Ai... – Marina diz com dor.
-Você tem razão....obrigada, obrigada, o que eu estava fazendo comigo mesma? Aceitando algo que não quero enquanto tenho voz o suficiente para dizer que não....obrigada!
-Dis-disponha... – sendo esmagada.
-Oh....desculpe.
            Marina e Karin sentam-se no chão e começam a rir. De repente, ambas levantam, Karin fica sonhadora e beija levemente o canto do lábio de Marina.
-Você me salvou, é a primeira vez que me apaixono tão intensamente... – Karin diz, sorri e segue em direção ao seu quarto – boa noite.
            Surpresa e inteiramente assustada Marina fica parada.
-‘O que diabos ela quis dizer com “Me Apaixono”? Não me diga que......a ex de Samantha está apaixonada por mim? Isso quer dizer......com o que eu estava preocupada mesmo?’ – toca onde Karin beijou.
            No outro dia, Samantha e Marina vão deixar Karin no aeroporto. Karin se aproxima de Marina, pega as duas mãos da garota e diz.
-Obrigada por abrir meus olhos....
-Não há por que agradecer...
-Claro que sim....e também.... – fica corada – aconteceu de repente.....
-Ai meu Deus... – Samantha murmura.
-Amo você Marina. – Karin diz sorrindo.
            Marina fica estática, Karin beija a bochecha dela e continua.
-Nos vemos por ai, até lá, sentirei sua falta. – sai correndo acenando e embarca.
            Samantha fica possessa de raiva, segue para o carro e Marina vai atrás dela.
*Não tem nem um mês ou dois, e duas garotas me beijaram sendo que uma se confessou...eu, agora, o que faço? Samantha parece está zangada ao extremo...talvez ciúmes – ri – vamos ver o que vai acontecer....*

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