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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O Príncipe da Natureza - 2° Capítulo

2. 1º beijo.

       Em um lugar claro, de frente para um lago de água cristalina, uma senhora se aproxima de Urano e diz.

-Não pode ficar aqui para sempre meu jovem.

-Vovó.... Estou.... – Urano não desvia o olhar do lago – com medo...
-Medo?

-Sinto que há tanto poder dentro de mim..... Pode ser que eu não consiga controla-lo... Sou mais fraco que os meus irmãos.... Acho que, esse dom veio para a pessoa errada.

-Acha mesmo isso querido?

-Sim.

-Veja, a água é de enorme extensão... Calma quando pode, violenta quando explode... E não acho que ela tenha escolhido ser assim, mas, ela não faz um ótimo trabalho?

-Hum? Sim...
-Eu lhe treinei bem meu querido – afaga os cabelos de Urano – Assim como a água, terá seus tufões, porém, nada vai lhe fazer perder o controle, nem seus 
entes mais queridos.

-O que quer dizer?

-Apenas o seu coração.

          O clima muda, um por um seus parentes vão sendo assassinados em sua frente, apenas algumas lágrimas descem, mas, nada acontece.

-Urano! Urano! –Urano ouve longe.

          Ao acordar, o viajante estava sacudindo-o e continua.

-Estava tendo um pesadelo? Está tudo bem? Você gritava desesperado....
Algumas lágrimas caem do rosto de Urano, porém, são logo enxugadas quando o garoto se senta.

-Me desculpe por preocupa-lo. Você está melhor?

-É claro que ele está Misaki-sama! – uma garota duende vestida de rosa aparece – eu cuidei dele, mas, o que aconteceu com o seu cabelo? Você não o corta desde que nasceu.

-Ah... – fica sem graça e toca no cabelo, agora curto e de outra cor – estava na hora de eu mudar um pouco.... Não acha ni-chan?

-Está tão mal cortado.... – ni-chan diz – vou corta-lo adequadamente... – olha para o viajante – e você, pegue isto – entrega uma carta à ele – e, nela tem tudo o que precisa... – erguendo uma tesoura – vire-se Misaki-sama.

            Não entendendo muita coisa, o viajante sai de uma pequena casa e vai para um lugar mais fresco. Abre a carta e lê:

“Não importa quem sejas, apenas, tome
Conta do garoto Misaki, por favor,
forasteiro não desista.

Com amor, Melody. ”

             O nome lhe era familiar, porém, ele não se lembrava de onde tinha ouvido.

-No que estou me metendo.....? – o viajante diz – ‘ pior que isso, como ele sabia da marca? Como me deixei se pego.....? Quem é esse garoto? Se me lembro, “sama” é algo para nobres e ele fora chamado de príncipe.....’ que diabos.....? – continua lendo.

“Siga seu coração.
Sinceramente, vovó”

             Colocando as mãos no chão e olhando para o céu claro, o guerreiro diz.

-O que farei...?
              
              De uma hora para outra, Urano sai da casa com um cabelo cortado devidamente e, apesar do cabelo grisalho combinar com o seu corpo aparentemente fraco e branco, o cabelo castanho lhe caia muito bem também.

-Lhe ofereceria minha casa Misaki-sama – ni-chan diz – mas, seria impossível para mim e meus irmãos protegê-lo.

-Ah, tudo bem...

 -Soube que sua vila foi saqueada, quantos danos?

-Digamos que só eu estou vivo.

              A garota faz uma face de aterrorizada e diz.

-Começou?

-É... Começou. – assenti triste.

              Depois de alguns minutos, o garoto se despede e vai até o viajante. Ao reparar no garoto, sua túnica havia se transformado em uma mochila, onde várias outras coisas estavam dentro. Sua roupa era como um Yukata sem mangas – esqueci o nome daquele traje – e calças bem confortáveis.

-Senhor viajante.... – Urano fala envergonhado – fico feliz por estar bem.

-Yoru.

-Hã?

-Me chamo Yoru.

-Apenas Yoru?

-É, não preciso de outros nomes.

-Aaah...

-Não sei o que está acontecendo, mas, pelo o que entendi, está em perigo e isso não é da minha conta...

-Mas... - é interrompido.

-Mesmo não sendo.... Não consigo deixa-lo aqui e simplesmente partir. Até encontrarmos um lugar seguro pra você, você vai viajar comigo.

-AAAAH! – maravilhado – certo! – feliz.

-Não sei no que estou me metendo... Acho que vai ser divertido. ‘não tenho nada melhor pra fazer mesmo’

                 Ambos começam a andar por uma trilha na floresta, Yoru na frente e Urano atrás.

-Aqueles homens.... – Yoru diz – o que eles queriam?

-Me levar até o mestre deles... – diz olhando para o chão com cuidado.

-Hã?

-É.... O chefe deles quer me matar.

-Por quê? Dormiu com a filha dele ou algo assim?

-"Dormir"...? Não entendo...

-O que eles fizeram até agora?

-Eles mataram todos na minha aldeia..... Apenas eu fugi. – para de andar bruscamente e corre em direção á um barulho.

-Hum... Hei! Urano!? – Yoru fala e segue o garoto.

               Após alguns segundos, Urano estava sentando ao lado de uma onça pintada ferida em sua perna, perdendo muito sangue, ao lado de uma nascente.

-U-Urano...

                Urano acaricia a onça e diz.

-Está tudo bem, está tudo bem.... Você foi corajosa.

-Hoe!

-Não precisa ficar com medo... Está tudo bem...

                 Urano cuida da perna da onça, coloca uma planta anestésica no ferimento e a onça volta mancando para a sua casa.

-‘Esse garoto....é muito estranho!’ – Yoru pensa e olha para o sol que estava se pondo – vamos acampar aqui, faça fogo enquanto vou procurar comida.
Quando Yoru se afasta, Urano diz.

-Fogo? – olha um macaquinho – você sabe como fazer fogo? Poderia me ensinar?

                  Ao voltar para o local que Urano estava, vê o garoto rindo bastante. Uma fogueira estava acesa, três macaquinhos faziam barulho outros dois dançavam ao redor da fogueira junto a Urano que também dançava e ria. Yoru fica perplexo vendo o garoto sorrindo daquela maneira, ele estava tão bonito e parecia que o ar ao redor dele estava puro e leve, ele não parecia estar com mais nenhum problema.

-‘Fico me perguntando como ele pode ser tão bonito... Será o cabelo...?’
De repente os macacos param de dançar e fazer barulho.

-Já está na hora? – Urano pergunta.

                   Os macacos sobem nele demonstrando carinho e vão para as árvores.

-Tenham bons sonhos! – Urano continua feliz.

-Além de pássaros, e onças você fala com macacos também? A cada momento me surpreende mais. – Yoru diz.

-Estou morrendo de fome. – Urano diz sorrindo.

-Garoto estranho... - ri.

                  Depois de comerem, Urano levanta-se e vai até a nascente. Retira sua roupa e entra na água. A luz da lua iluminava toda nascente e a água estava bem geladinha.

-Aaah, que relaxante..... – Urano diz.

                 Ao olhar para o lado, Urano vê Yoru nu entrando na nascente. Instantaneamente, o garoto cora e vira sua cabeça para frente.

-Realmente... – Yoru diz – a água está boa.

-‘O-o que é isso..... Me sinto estranho com ele aqui.... O que faço?’ A-acho que já vou me retirar....

                  Urano levanta-se, porém, por um livre descuido, cai em cima de Yoru. Ao erguer sua face, Yoru olha o garoto intensamente. Depois de passarem alguns segundos trocando olhares, Yoru pergunta.

-Como pode ser tão desastrado com essa expressão?

                   O garoto não sabia, mas sua expressão estava extremamente fofa. Seus olhos pareciam pedir algo, seu rosto estava tão corado quanto quente. Sem mais nem menos, Yoru ergue o queixo de Urano e o beija.

-‘E-ele está.....?Ah... – Urano pensa – me sinto.... Sua língua está....’

                    Porém, como nem tudo é perfeito, Urano não aparentava, mas, estava muito cansado, não havia descansado o suficiente, o que fizera seu corpo ficar pesado. Yoru para o beijo, Urano não abre os olhos.

-Você é tão..... – Urano diz como um bêbado adormecendo.

-Sou tão...? ‘Quem manda você ser tão fofo? Sabe quanto tempo eu passei apenas caminhando sem rumo pra vim um cara de sei lá onde me deixar tão confuso?’
                    O garoto apoia sua cabeça no peito de Yoru, esse que percebe que Urano estava dormindo.

-Esse garoto.... – Yoru diz segurando Urano em seus braços – ‘Quanto tempo faz que eu o conheço? ... O que será..... Este sentimento? Isso não pode continuar’

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