8° A última luta – Final.
Em um local
não tão longe dali, em um castelo antigo, Urano fora amarrado em uma pedra de
mármore no meio do salão principal que já estava caindo aos pedaços. Uma garota
se aproxima e lhe toca o rosto.
-Confortável?
-..... – sem expressão.
-Não se preocupe, papai vai
cuidar bem de você.
Enquanto
isso, Many joga um balde d’água gelada em Yoru. O rapaz acorda em posição de
ataque.
-MANY..... – ao vê-la – URANO.....
ONDE ESTÁ?!
-Alí... – Many diz e aponta
para o castelo.
Yoru sente
muita dor, estava ferido demais e senta bruscamente.
-Vou busca-lo!
-Negativo! – Many exclama –
Quer morrer?
-EU DEVO
FICAR PARADO ENQUANTO ELE FAZ ISSO?! – tosse sangue.
-Yoru, acalme-se. Há muitos
monstros ao redor do castelo, nós abriremos caminho pra você, apenas não surte!
-MANY... EU... Falhei
novamente...
-Ainda não é tarde! Lembra-se
do que eu disse...
No castelo,
um rapaz parecido com Urano aparece e começa a tocar o garoto.
-Esperei bastante tempo por isso.... Obrigado querida.... Agora.... Vá
resolver o que deixou pendente.
-Hã? –
não entende.
-Você não o matou, aquele cara continua vivo.
-Yo....ru....
– Urano balbucia.
-Mate-o.
-Si-Sim
senhor. – desaparece.
-Agora... Vamos começar?
-Espera!
Eu faço tudo que quiser! Não o mate por favor!
-E por que eu faria isso? Meu prazer é ver você chorar.
Urano se arrepia e se acalma
novamente.
-‘Ele não vai morrer pelas mãos delas e nem pelas de ninguém.... Ele é
forte... O guerreiro existe não para me proteger... Mas...’
Alguns
minutos depois, com ataduras feitas as pressas, Yoru e os anões correm em
direção ao castelo, alguns ficam pelo caminho atrasando alguns inimigos em
quanto o rapaz corre em direção a porta de entrada do castelo e elimina alguns
alvos fáceis. Ao passar por ela, encontra Lili em frente a única porta que dava
acesso para o salão em que Urano estava. Ao ver a garota, furioso e com suas
espadas banhadas de sangue, Yoru diz.
-SAIA DA MINHA FRENTE!
-Creio que não posso fazer
isso.
Num piscar
de olhos, as duas espadas de Yoru estavam atravessadas na garota e ela é
arremessada pela porta.
Ao entrar
no salão, a cena o arrepia. Matsura estava a caminho de beijar Urano. Yoru joga
uma de suas espadas no rapaz e diz.
-Não toque no que não lhe
pertence!
A espada
para na frente de Matsura olha para Yoru e ela cai no chão, respondendo.
-E desde quando ele foi seu? Mas... – amarra Urano numa forma que
ele possa ficar sentado e ver o que acontece – é o que dizem, se quer uma coisa bem feita.... Faça você mesmo.
-Yoru! –
chora um pouco ao ver a blusa do rapaz cheia de sangue – Yoru.... Saia daqui!
-Seria bom lhe provocar um pouco antes do ato final... – a espada de
Yoru que estava no chão se ergue e vai para a mão de Matsura – um pouco de animação e exercícios fará muito
bem – a espada se transforma em um objeto cortante negro e horrendo – o que acha príncipe da natureza? Assistir um
show antes de ter o seu trono tomado parece muito bom não é? Não sou tão mal
assim...
-Por
favor! Pare com isso! – Yoru diz desesperado – ser assim não o levará a nada!
-Veremos...
-Yoru! Saia logo daqui!
-O que diabos está falando!? –
Yoru pergunta não entendendo.
Matsura avança. Yoru se
desvia, porém sente algo lhe batendo pelas costas. Meio desnorteado, defende um
ataque de Matsura e ficam emparelhados.
-Nada mal. – sorri.
-Não
sabe brigar.... Sem jogar sujo?
-Não.
Os dois se
separam. Trocam espadadas, Yoru faz várias manobras evasivas com o corpo,
raramente o acerta. Já Matsura, com o seu jogo sujo, machuca muito mais o
rapaz. Em determinado momento, Yoru se defende contra sua espada e Matsura
segura seu rosto por trás, ergue e diz.
-Olhe para ele.... O quão desesperador é sua expressão.... Ah, eu adoro
essa. Principalmente essa.
-Você é
psicótico! – fazendo força.
-Só quero o que é meu por direito.
Yoru empurra a espada e
dá um golpe em Matsura.
-O que é seu?! O trono?! Por
favor... – Urano diz tentando se soltar – nem em mil anos! A natureza nunca
confiaria em alguém como você para assumir!
-Mas, confiaria em você.
-Hã?!
Matsura
estala os dedos, a espada fica lutando com Yoru sozinha enquanto ele caminha
até Urano.
-Por que acha que preciso de você? Para matá-lo? Oras.... Seria
desperdício de algo tão caloroso assim... Por mais que queira esmigalhá-lo até
a sua última gota de sangue.... Seria desperdício.
-Urano! – Yoru grita – NÃO
CHEGUE PERTO DELE!
-Então por que....? – Urano diz
e pensa – você.... Não pode ser.....
-Exato.
O rapaz parecido com Urano agarra
o queixo do garoto e o beija. Em segundos desaparece. As cordas que o prendia
se desata, ele fica de pé e com o cabelo grande novamente até os pés – branco –
ele diz.
-Isso sim é poder! - A espada
para de tentar atingir Yoru e volta ao normal.
-Urano!
Não era
mais “Urano” naquele corpo, o garoto já não estava mais ali. O chão começa a
tremer, a chuva disputava espaço com trovões e tempestade lá fora, parecia que
a terra havia entrado em colapso.
-Não chore... Mando lembranças suas para ele!
-O que
você fez!?!
-O que eu venho tentando fazer a tempos..... Tomar o que é meu por
direito!
Yoru tenta inúmeras vezes atacá-lo, em vão. Em
uma distração de Yoru, Matsura o joga contra uma parede. O rapaz cai no chão e
começa a vomitar sangue.
-Urano.... – balbucia – Urano....
‘O que eu faço...?’
Lembrando-se do que Urano havia
lhe dito na última noite, o rapaz junta as duas espadas em uma mão, ela cresce
exorbitantemente.
-‘O que..... – Urano estava na posição fetal em uma escuridão imensa
de olhos fechados – há....? Estou com
tanto sono... Quanto barulho..... Eu só quero dormir.....’ – ouve longe as
palavras de Yoru.
-Urano.... Há algo que preciso
lhe dizer....!
-Palavras ao vento.... Mas, diga, talvez – joga um jato de fogo em
Yoru – um dia eu lhe dê o recado.
-‘De
quem é essa voz? Yo... Ru.... De quem é esse nome? Quero dormir.... Seja
breve....pois estou com tanto sono....’
-Você.... Me fez amar em uma
semana...
-‘Amar?’
Matsura
sente seu peito palpitar.
-O que....?
-Me fez
entrar em desespero muitas vezes.... Eu já perdi muitas coisas Urano, meus
pais, meu melhor amigo! – é jogado em outra parede.
-‘Yoru....?’
-Por
favor eu te imploro, não me faça perder você também! – levanta, porém cambaleia
e levanta – Acorde! Lute!
-CALE-SE! – Sorri – Nã-não
consigo....
-Divina
espada – a espada começa a brilhar – mostre-me seu poder!
-Não! Yoru...
-Este.... É o meu presente pra
você.
A espada
passa por Urano e uma lágrima cai dos olhos de Yoru. A espada havia exterminado
o mal existente no corpo do garoto. Ao olhar para Yoru, ele se desespera. Lithium
havia dado sua última cartada. A garota havia cravado uma adaga em Yoru e logo
cai no chão dando os seus últimos suspiros.
Chorando,
Urano tenta “pressionar” o ferimento e diz.
-YORU! YORU! AGUENTE! YORU!
Yoru sorri
para Urano.
-‘Uma alma por outra... Sora....’ Feliz..... – ergue sua mão até a
bochecha do garoto – aniver..... – perde a consciência.
-Yo...... – soluça, se joga em
cima dele e chora desesperado.
Fora do
castelo, a tempestade não perdoa. Many entra desesperada e olha para aquela
cena, dando uma boa olhada na espada diz.
-O sacrifício... – cai de
joelhos com os olhos lacrimejados – da espada.... Esse moleque.... – chora –
por que ele....?
-Many! Diz-me que ele não.... –
sua voz fraqueja.
-Esse sacrifício retira –
soluça – o mal da pessoa, mas, é uma vida pela outra..... É uma espada.... Para
não lhe matar.... Ele.... Ele...
Urano fica
ainda mais desesperado.
-Yoru.... Yoru.... Ele me
levou..... Todos..... Você não.... Por favor..... Você não....
Várias
formas coloridas de homens e mulheres aparecem ao redor dos dois, olham para
eles, depois olham entre si. De repente, ambos ficam em um lugar totalmente
branco, e ao perceber-se mais leve, Urano ergue a sua cabeça e vê todos eles,
deixando suas lágrimas caírem.
-Vocês... – funga.
Todos se curvam ao príncipe e o
sentimento de gratidão era sentido no ar. O garoto curva a sua cabeça devagar
como se entendesse o que queriam dizer e morde seus lábios inferiores.
Você
se arrepende? – o garoto ouve uma voz fraca e longe
perguntar.
-Não... – responde rapidamente
e coloca sua mão na bochecha de Yoru – eu não me arrependo – deixa mis algumas
lágrimas caírem no rosto do rapaz – não me arrependo... – suas voz falha – mas,
mas.... Não era para ser assim... Eu deveria ter morrido pela natureza! Esse
era o último sacrifício... – funga e puxa o ar com força e coloca seu rosto
novamente no peito de Yoru – Yoru... Eu te amo... Eu te amo tanto.... Tanto... –
chora pesado.
Todos eles levantam-se e
concordam com a cabeça em algo ao ver aquela cena tão triste, todos erguem suas
mãos na direção de Yoru e desaparecem, fazendo ambos voltarem ao mesmo local
que estavam antes, porém, a chuva estava um pouco mais fraca. Many já havia
conseguido parar de chorar, ela anda até o garoto e diz com a sua mão no ombro
dele.
-Deve haver.... Algo... – Urano
fala soluçando.
-A espada de Yoru possui
poderes próprios.... Para salvar uma alma de todo o mal que ela possui, Yoru
precisa sacrificar a sua própria alma.... Em outras palavras não há nada eu possamos
fazer...
-Many.... Não diga.... – soluça
– não.... – sente algo se movendo e ergue o rosto dizendo -Ele... Ele está
respirando...!
~~~Fim~~~
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