5. Classes sociais não importam.
No outro
dia, no escritório, Marina limpa tudo, serve á todos – chá ou cerveja – e,
senta-se na sua mesa. Quando Samantha chega no escritório, senta-se na sua mesa
também e de dois em dois segundos começa a suspirar. Já Marina, fica de bico na
frente do computador e nem sequer olha para Samantha. Vendo essa situação, Tsune
vai até Samantha e pergunta.
-Chefe, posso ter uma palavrinha com você?
Samantha
estranha, porém, se levanta e entra no banheiro com Tsune – estranho né? –.
-O que quer? Não estou de tão bom humor assim – Samantha diz
e coça a cabeça.
-O que aconteceu? Marina está zangada e você suspirando.
-Acha que ela está zangada? – preocupada.
-Acho...
-Deus.... – escora-se na parede e cruza os braços – alguém
espalhou que estou com um novo brinquedo, na verdade estou, mas, confundem as
coisas, meu novo brinquedo é o meu novo negócio.
-E estão achando que é ela.
-Bingo! Samara foi no meu apartamento ontem pra piorar.....eu
estava conseguindo o que queria, e ela, estragou tudo dizendo que Marina não
servia para mim, para a própria.
-E o que fez?
-O que quer que eu faça contra Samara? – olha para Tsune –
estou perdida aqui, não posso escolher nem um nem outro. Ontem apenas, pedi
para que se retirasse do meu quarto, mesmo assim insistiu em ficar na minha
casa.
-Samantha..... – suspira – você está ferrada.
-Não precisa me dizer algo que já sei. Diga algo que ainda
não sei.
-Se gosta da Marina, suma com o bico dela sendo doce e se
desculpando, por que, caso contrário, vai perdê-la.
Enquanto
isso, Marina fica agitada depois de ver Tsune e Samantha entrarem no banheiro.
-‘Ontem, passei de céu
para terra em dois segundos..... – Marina pensa – quem é essa mulher? Depois de tudo ela não me disse nada.....estou
zangada....e quem ela pensa que é pra dizer que não sirvo? Ela é quem decide! –
cora – o que estou pensando?’
Ao sair do
banheiro, Samantha senta-se na sua cadeira, relaxa e fica olhando fixamente
para Marina. Marina nervosa, pega alguns papeis em cima de sua mesa, vai á
frente da mesa de Samantha e diz.
-Aqui está – coloca na mesa os papeis e evita contato com os
olhos – o relatório das finanças do mês e sua agenda.
-Por que não me olha nos olhos? – Samantha pergunta.
-Se é somente isso – ignorando – vou me retirar – vira-se.
-Eu não disse que era só, volte.
-O que – vira-se novamente – deseja?
-Que me olhe nos olhos pelo menos uma vez.
-Impossível. – fala sem hesitar.
-Tsune!
-Sim? – Tsune responde.
-Tire o rabo de todos do escritório por um momento, preciso
falar com Marina.
-Certo....vocês ouviram.
Depois de
todos saírem, Marina vira-se na direção da porta.
-Não fique irritada. – Samantha fala.
-Não estou.... – Marina diz e suspira – é só que....
Samantha se
levanta da cadeira e vai para o lado de Marina.
-É só que?
-Isso não vai dar certo.....não entendo o por que de você
insistir.
-Esclareça. Que somos mulheres eu já sei e lhe dei uma
resposta plausível para isso, então, convença-me de não correr mais atrás.
-Você é chefe e eu empregada. Como poderia eu ficar ao lado
de uma pessoa de tão estonteante beleza....? Não sou bonita e muito menos tenho
classe e pior....você e eu....não tem como uma rainha ficar com um plebeu.....
– olha para Samantha.
Um riso
nervoso escapa e Samantha diz.
-Pra mim, isso é bobagem. Você é tão sincera.
Marina toma
um susto tão grande que, automaticamente sua mão voa na cara de Samantha e seus
olhos começam a encher de água. Samantha se surpreende bastante e quando se dá
conta, a garota tinha corrido.
Ao ver Marina correndo, Tsune
se aproxima da porta, vê Samantha e diz.
-Magoou os sentimentos dela?
-Se “pra mim isso é bobagem” for magoar, então, magoei. –
vai até a porta com pressa.
-Você debochou dos sentimentos dela.....por Deus Aniki! Isso
não se faz!
-Pra onde?
-Banheiro feminino.
-Valeu.
Samantha entra
no banheiro. Tsune bloqueia a porta para que ninguém entrasse.
Não havia
ninguém, as portas estavam abertas, apenas a porta do último box estava
fechada. Samantha sobe no vaso do banheiro ao lado e olha por cima para o box
que estava fechado. No chão estava Marina chorando encolhida. Samantha sente um
aperto no coração e diz.
-Não me entenda mal... – Marina olha para cima – eu não quis
demonstrar deboche, é só que, posição de chefe e empregado, posição de classes,
beleza, nada disso importa para mim. Eu quero você do jeito que é caso
contrário não teria insistido.
Marina
cora, abaixa a cabeça, levanta-se e sai do box. As duas agora estavam em pé
fora de seus boxes próximas. E de perto,
dava para perceber um lado vermelho e outro branco da bochecha de Samantha.
-Desculpe pelo... – Marina diz e funga – tapa.
Samantha
começa a limpar as lágrimas de Marina.
-Você sempre me surpreende. – Samantha diz e acaricia o
rosto de Marina – Desculpe se lhe fiz chorar, não foi a minha intenção.... – se
aproxima e Marina fica mais corada – mas, o fato de ter ficado zangada
significa que sente algo por mim...estou feliz.
Marina fica
vermelha e sem palavras.
-Posso aceitar esse silencio como um sim? E.... – aproxima
seus lábios dos dela – que aceita a minha proposta?
Sem
demoras, lento e suave, um beijo surge de ambos os lábios. Marina fica agarrada
á blusa de Samantha enquanto Samantha segurava a garota como uma preciosa joia.
Uma pequena pausa, Marina diz.
-É melhor.....pararmos....se.....alguém entrar.....
Samantha
ameaça beija-la outra vez, porém, desta vez Marina agarra-se ao pescoço de
Samantha e a beija.
-O engraçado é que sua cabeça pede para parar e seu corpo
pede por mais.... – Samantha comenta.
Os beijos
continuam.
-‘O que posso fazer?
Me sinto tão bem...o lugar onde ela toca está tão quente....por que?’
De repente,
Marina empurra Samantha forte e vira-se de costa para a garota, segundos
depois, Samara entra no banheiro e diz.
-Saman-chan? O que faz aqui?! Estava te procurando.... –
olha para Marina que vira-se para ela – ainda mais com esse tipinho ai.
Samantha
olha para o teto com desespero. Coloca a mão na cintura e vira-se para Samara.
-Não deveria andar com esse tipo de menina querida....isso
faz mal. – Samara continua.
-Você não de... – Samantha é interrompida.
-Com licença – Marina diz – não conheço a vossa senhoria,
não faço a mínima ideia do que faz aqui e não quero saber, a chefe e eu estamos
tratando de sua agenda que está apertada hoje e, se quiser tratar de negócios
marque um horário e vá ao escritório, não fique zanzando pelo prédio sem
autorização e, além do mais, “esse tipinho ai” e “ menina desse tipo” possuem
um nome e ele é Marina, se quiser chama-lo não faz mal, porém, não coloque
xingamentos e nem derivados quando sua frase se referir a minha pessoa, por
que, não estou lhe ofendendo de nenhuma maneira, eu fui clara ou precisa de
mais alguma coisa?
Samara fica
sem palavras. Samantha olha para Marina e segura o riso. Ambas saem do
banheiro, indo até o escritório e Tsune acompanha Marina.
-Incrível, sou inteiramente seu fã. Falou tudo que todos
desejavam.
-Quem ela pensa que é? – Marina pergunta zangada.
-Ninguém além de sua superior – Samantha diz naturalmente.
Marina para
de respirar por um momento.
-Acho que não me sinto bem...
-Calma Marina... – Samantha sorri – acha que iria deixar
você ser demitida?
*Foi a primeira vez na minha vida que a vi sorrir, um
sorriso tão caloroso que me fez sentir tão tranquila, porém, se Samara é minha
chefe....o que será que ela vai fazer comigo?*
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