7. Rapto
Alguns dias passam-se, na sua folga, Kuro estava sentado no banco fazendo algumas contas no balcão e quando vê o valor, coloca a cabeça no balcão e diz.
-Assim eu nunca vou conseguir!
-Algum problema? – Uriel se aproxima e pergunta.
Kurogane fica com cabeça baixa, suspira e diz.
-Faz essa conta comigo...
-Hum?
-Recebo 500 reais por mês, quando faço dois turnos, recebo 1000, mas é raro o chefe deixar então, eu quero abrir a minha própria loja e sair deste lugar onde por um acaso eu moro de aluguel, o que me tira 150 reais todo mês, 40 reais eu pago a luz, mais 40 da água....estamos em quanto?
-De dívida, 230 reais.
-A comida me tira 200 reais no mínimo, o que me deixa no final do mês com...
-70 reais?
-Se eu não adoeço ou algo do tipo, esse dinheiro vai pras minhas economias, o lugar que quero é 10.000, fora que eu vou ter que estrutura-lo totalmente, o que me sairia por mais uns 3000 no mínimo... juntando 70 reais por mês, torcendo para não adoecer, quantos meses terei que trabalhar pra ter 13.000 reais?
-Um ano e um mês se trabalhar nos dois turnos.
-Eu tenho gastos, mesmo assim me sobraria apenas 570... ‘Minha despesa aumentou desde que chegou, não que seja ruim, só...além disso, meus gastos com roupas tem aumentado’
-Então, o que acha de me arranjar um emprego, eu sei limpar muito bem, limparia a loja em que trabalha em instantes.
-Um anjo trabalhando.... – levanta a cabeça e á apoia nas mãos – não me faça rir.
-Eu trabalho dois turnos na sua loja, você trabalha somente um e por fora, pode arranjar um outro emprego, assim seria mais fácil, mais lucrativo e rapidamente você alcançaria seu objetivo.
-Anda assistindo filmes de mais...da onde veio todo esse vocabulário? Que seja, você é ótimo em limpar, mas, meu chefe é um pervertido....vendo um garotão do seu porte, o que ele fará com você? – desanimado.
-Nada, eu garanto....me pergunto, quando morava só.....
-Eu não consegui por que tive que pagar minha conta no hospital, era muito alta, paguei de pouco em pouco, terminei um mês antes de te conhecer, naquela época eu trabalhava como maluco....
-Vamos, você não tem nada a perder. É só falar que sou um amigo de infância ou algo do tipo.
-Tudo bem você venceu.
-Yeh! – sorri.
Kuro se anima e cora.
-Vamos ver no que vai dar... – sorri.
No outro dia Kurogane leva Uriel, com uma roupa mais adequada, ao seu trabalho. Na sala do seu chefe, Kurogane entra e diz.
-Senhor Luan, bom dia.
-Bom dia Kurogane – olha para Uriel que estava ao lado do garoto – o que devo a honra.... – olha Uriel dos pés á cabeça – garotos?
-Senhor, ouvi dizer – Kurogane diz – que quem fazia limpeza não está vindo.
-Isso é verdade – se aproxima de Kuro – e trouxe seu amigo para uma entrevista?
-‘ Esse perfume....’ Lacier? – Kuro pergunta com sarcasmo.
-Bingo! O melhor por você........ – pisca para Kuro – tudo bem – olha para Uriel – quantos anos tem?
-Quantos? – Uriel pergunta – É uma boa pergunta......pelos meus cálculos......uns 6.000 talvez... – sério.
-O que? – Luan pergunta assustado.
-Ele tem 23 anos senhor! É apenas um brincalhão.... – ri desajeitado.
-Seu nome?
-Uriel.
-Apenas Uriel?
-Sim senhor.... – Uriel diz tropeçando nas palavras.
-Onde seus pais moram? – Luan pergunta.
-No céu. – Uriel responde sem hesitar.
-Ele perdeu os pais recentemente senhor.....não tinha onde morar, está comigo.....
-Tudo bem – Lua diz – O que me diz, ele é bom?
-Muito bom quando se trata de limpar. – Kuro responde.
-Ótimo, se não estiver ruim – Lua fala e vai em direção á sua mesa – vai ficar com o turno da manhã, tarde e noite. Sem folgas até eu achar outra pessoa para fazer troca de turnos com você, claro, seu salário vai ser um pouco mais elevado por causa das folgas e dos três turnos. E, você começa a trabalhar nesse instante, Kuro, mostre ao rapaz as coisas, bem vindo Uriel.
-Obrigado. – Uriel diz.
Kurogane leva o garoto até o vestiário.
-Mas.... – Kuro diz preocupado – não vai ficar cansativo?
-Eu ficarei bem. – Uriel diz e sorri.
Muito preocupado, Kurogane explica onde está tudo, entrega o uniforme para Uriel e vai para o seu posto. Cerca de minutos, todo o local estava limpo. Nem uma sujeira sequer. Uriel pega um pano e começa a passar no balcão onde Kurogane ficava, Kuro serve uma senhora, olha para Uriel e diz.
-Está sendo difícil?
-Nem tanto... – Uriel responde limpando – é bom ficar perto de você o dia todo....
Kurogane fica vermelho, vendo a situação, Dianne se aproxima e diz.
-Que maldade Kuro-chan, não apresenta seu novo amigo.
-Dianne este é Uriel, Uriel está é Dianne.
-Honrado em conhecê-la, senhorita. – Uriel diz e sorri.
-Que doce! – Dianne diz perplexa.
-Meu nome é Susy – Susy aparece e diz.
-Honrado em conhece-la também.. – Uriel fala – tenho que limpa o banheiro, licença.
Quando Uriel se distancia, Kuro diz.
-Ele é cavalheiro, mas, nunca pensei que seria com outras pessoas.
-Um amigo? – Susy pergunta.
-É o gato. – Dianne diz sarcástica – não é?
-Na mosca. – Kuro diz e ri.
Ambas abraçam-no.
-Oooh, estou tão feliz! – Susy diz quase chorando – finalmente arranjou alguém.
Os três dão algumas risadas e voltam a trabalhar. Na hora do almoço, Kurogane vai trocar de roupa no vestiário, o vendo, Uriel entra e pergunta.
-Que horas acha que irei pra casa?
-Realmente não sei, acho que, dez horas...
-Tão tarde? Nossa.... – fica triste.
Kuro sorri, aproxima-se de Uriel, fica na ponta dos pés e o beija. Um simples selo.
-Obrigado por estar se esforçando por mim. – fecha a porta do armário – agora volte a trabalhar...
Uriel sorri como uma criança que acaba de receber um doce.
-Farei o meu melhor!
Kurogane vai em direção para sua casa quando de repente, uma dor forte na sua nuca o consome e de repente se vê jogado no chão perdendo os sentidos. Um par de pernas aparece e uma voz conhecida é ouvida.
-Achou que iria escapar de mim? Que garoto levado você é.....
Kuro desmaia.
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