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domingo, 6 de maio de 2012

Choro de um Yakuza - 3° Capítulo


              3.Feridas e Desculpas.


            Alguns dias se passam, Marina entra no escritório de Samantha, vê que a cadeira está virada para a janela e que, aparentemente a chefe estava sentada lá. Marina para em frente a mesa e diz segurando uma agenda.

-Chefe, as 2 horas você tem que comparecer a uma reunião no centro, ás 5 tem um lanche com o executivo Maurício e foi convidada novamente para jantar com o presidente as 7 e meia.. – percebe que a cadeira nem se move – chefe?

            Marina vai até o outro lado da cadeira, deixando a agenda em cima da mesa. Atrás da cadeira, uma vista estonteante para o mar era de deixar sem falas. Ao perceber, Samantha estava dormindo como um bebe. Sua expressão era tão calma que chegava a combinar com a vista. Marina suspira.

-Isso que dá ficar trabalhando até tarde, não dormir, beber e fumar todo momento e não descansar.... – retira seu blazer e a cobre – você precisa de um namorado.

            Samantha segura a mão de Marina e diz.

-Preciso? – puxa Marina e á beija demoradamente – que tal assumir esse cargo também? ‘adorei a ideia’

            Marina fica vermelha, dá um coque na cabeça de Samantha – que volta a dormir – e se distancia.

-Você me assusta.... – Marina diz com medo.

            Algumas horas depois, Marina e Samantha chegam no segundo compromisso. Marina fica de pé ao lado de Samantha que está sentada de um lado de uma mesa. Do outro, está Maurício, um homem particularmente muito bonito e bem vestido com sua secretária ao lado também.

-Meu Deus, cercado de tantas mulheres bonitas perco até minha lucidez. – Maurício diz.

            Samantha ri e ergue uma taça de vinho cruzando as pernas, então diz.

-Não diga isso de tal forma.....mesmo sendo um elogio.

-Não seja tão mal...

-O pacote... – bebe – quando vai chegar?

-Eu encomendei essa semana.

-Meu dinheiro. Estou aqui para pegar o juros e sabe disso.

-Direta ao ponto como sempre, você nem apreciou a mesa que mandei fazer especialmente pra você.

-Faça isso no meu aniversário e não em uma negociação, então, onde está?

-Claro..... – estala os dedos e alguns homens armados entram na sala – mas, não tenho nada agora, pode vir semana que vem?

-Não gosta de sujar suas mãos? – bebe todo o conteúdo da taça.

-Se tenho quem faça pra mim... – levanta-se – por que eu faria?

            Assustada, Marina recua um passo para trás e fica um pouco tenebrosa. Maurício e sua secretária saem da sala. Samantha levanta-se da mesa, limpa sua boca e diz.

-Vamos meninos... – coloca duas luvas pretas – estou desarmada – pisca – apenas, acabemos isso no mano a mano, o que acham?

            Os homens se entreolham, guardam suas armas e avançam. Marina recua mais um passo, Samantha acerta rapidamente dois em pontos vitais, esquiva-se de um soco e dá uma rasteira em outro cara. Enquanto isso, dois homens vão atrás de Marina, que desesperada, joga uma cadeira em um e corre de outro.

-Não me disse que isso estava no pacote quando me contratou!! – Marina fala alto correndo.

-Agora está. – socando um cara.

            Samantha se esquiva de um chute dando um soco em outro cara, suas pernas e braços se movimentavam tão rápido que eles mal podiam acompanhar. Quando Samantha fica menos em perigo, olha para Marina que, no exato momento está levando um soco e cai no chão. Samantha puxa duas pistolas e diz.

-Seu chefe precisa renovar o estoque.

            Sete tiros são disparados de cada uma e cada um com um ombro pertencentes. Antes de ser quase imobilizada por outro cara, que, por ventura, não tinha percebido, Marina pega um resto da cadeira e bate com toda sua força na cabeça dele. Ele cai no chão.

-Fazemos uma boa dupla não? – Samantha diz e ri.

-Diga por si mesma! – Marina fala um pouco zangada e chorando.

            Samantha fica chateada consigo mesma, porém, ainda tinha algo pra resolver. Mesmo tentando falar com Marina, Samantha não consegue e ambas vão caladas o caminho todo. No térreo, Maurício havia sido raptado junto com sua secretária por Norito e Sagane. No escritório, Samantha fica zangada em sua mesa concentrada no computador, Marina fica sentada no sofá, Tsune aparece com um kit de primeiro socorros e diz.

-Alguém está Muitíssimo zangada.

-Fala da chefe? – Marina pergunta ainda fungando.

-Sim, está doendo?

-Muito...

-Sinto muito por isso.

-MARINA! – Samantha grita de sua mesa.

-Não precisa gritar tão alto.... – Marina diz – eu est..... – é interrompida.

-PEGUE ESSE KIT E VENHA AQUI! – fazendo sinais e colocando um banco em sua frente.

-Não adiantou falar..... – Tsune diz rindo.

            Por Samantha aparentar estar com raiva, Marina vai antes de causar problemas para Tsune.

-Só quero que saiba.... – senta-se no banco – que não adianta ficar zangada comigo, por que, eu não tenho medo de você.

            Todos ficam esperando assustados uma reação de Samantha, porém a única coisa que ela faz é abrir o kit e colocar anticépticos em um algodão – o homem havia batido em Marina com um anel que á machucou e estava sangrando - . Passando lentamente no local machucado, Samantha fica com uma expressão de preocupada e Marina á observa, cada mínimo detalhe em seu rosto.

-‘Ela mudou de expressão.....á quanto tempo que ela não faz isso?’

-Eu sei... – Samantha diz.

-Hum? – se assusta.

-Sei que não tem medo de mim, tecnicamente sabia que ele ia fugir, porém, não sabia que haveria tantos caras e você ficaria em perigo também, minha intenção era de não acabar com ninguém hoje com balas, mas quando vi aquela cena...... Desculpe-me, Tsune vai te ensinar algumas coisas então....

-O que vai acontecer com ele?

-Somente o que ele tem no banco não vai dar pra pagar nem o juros. Pegamos a filha dele e a mulher, ambas estão vendendo seus corpos, porém, se elas não conseguirem, o único jeito é vender os órgãos de todos os três o que pagaria tudo e me deixaria muito feliz. Eu e meu bolso.

            Nesse momento, o local onde o algodão estava, começa a arder e Marina faz uma carinha de dor. Samantha retira o algodão e começa a soprar.

-Desculpe, machuquei você? – Samantha pergunta. 

            As duas acabam ficando muito perto, e por instinto, Samantha lhe rouba um beijo doce e suave. Um pouco doloroso. Marina afasta o rosto de Samantha e diz.

-Não podemos.......

-Por que?

-Doí! – com carinha de dor.

-Aaah, desculpe. – assopra.

            Tsune que estava vendo aquela cena, vira-se para Norito e diz.

-Será que ela vai ficar bem?

-Ela sempre fica Tsune.

-Digo....

-Está na hora de parar um pouco de se importar com a chefe e ligar mais para sua namorada.

-Namorada?

-Quem? Tsune? Não acredito! – Sagane diz.

-E quem é a felizada? – Shimura pergunta – Como ela é?

-É Tsune.... – Norito diz sarcastimamente – como ela é?

            Tsune olha para Norito como quem diz “vou te matar” e fala.

-Ela é do tamanho de Norito, tem uns peitões, cabelos loiros grandes, branca como Norito é calma, mas, não coloque uma arma na mão dela e quando ela está com ciúmes é uma coisa de louco.....

            Norito de branco começa a ficar corado. Toda a conversa, Tsune olha para garoto.

-E como ela é na cama? – Shimura pergunta.

-Na cama? – Tsune pergunta – Um animal selvagem, diz sempre que não está cansada, tirando os dias que quase morre no trabalho.

-Ela trabalha com o que? – Sagane pergunta.

-Ah, deixa isso quieto. – Tsune fala e começa a rir.

            Shimura olha para Norito e pergunta.

-Norito, está doente? Você está vermelho como um pimentão!

            Norito levanta-se e vai até o banheiro. Logo depois, Tsune vai ajuda-lo. No banheiro com a porta trancada, Tsune diz.

-Foi você quem começou.

-Não pensava que levaria à serio! – Norito responde corado – como vou encara-los?

-Você é lindo sabia? – Tsune diz, abaixa-se e beija Norito.

            Norito é quase do mesmo tamanho de Marina, um pouco maior, branco, loiro de cabelos bem curtos, seus olhos são avelã e seus lábios bem torneados. Tsune é uma besteirinha menor que Samantha, seu cabelo é preto espetado – parece um adolescente – seu corpo é de modelo.

            Enquanto isso, após o curativo Samantha diz.

-A vaga que lhe ofereci de manhã.... – olha para Marina que retribui o olhar – é sua mesmo que não aceite.
*O que essa mulher quer de mim? Mal começo a trabalhar, levo um soco e sou beijada.....o que vai acontecer amanhã? Espero que nada disso por favor.....talvez.....quem sabe.....o beijo........*

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