08 Capítulo - Quem vê
cara, não vê
coração?
Ambos chegam até o quarto do garoto que estava de
pijamas, sentado de uma forma confortável em sua cama, lendo um livro. A porta
estava aberta, o quarto estava frio, a mulher bate na porta e diz.
-Kusame-sama, você possui visitas.
-Visitas? – ele fala e ergue os olhos – Oh! –
fica corado – Maki-chan! – sorri.
-Yo! – Maki diz e ergue o saco de maçãs – lhe
trouxe maçãs.
Maki se senta de mal jeito no chão de frente a
uma mesa baixa e começa a descascar as maçãs que trouxe, Hinato serve um pouco
de chá para o garoto e senta ao seu lado.
-Como se sente? – Maki pergunta.
-Melhor... O médico me disse para ir a partir da
semana que vem para a escola, mas, não aguento ficar mais em casa. – ri.
-Eu imagino... – ergue seus olhos para ele – ‘Senti falta dele na aula... Sempre querendo
o meu almoço.... – engole em seco e volta a atenção para a maçã – mas, foi bom ele não ir...’
-Aconteceu alguma coisa? Você está calado....
-Eu sempre sou calado... – ri.
-Mas, como posso dizer... – ergue o cabelo da
testa de Maki e encosta sua mão nela – Parece pálido.
Nesse momento, o coração de Maki parece pular do
peito, porém, ele vira o rosto e diz um pouco assustado.
-Não tenho febre.... É impressão sua – olha para
cima – pode ser a iluminação daqui...
-Eh? – recolhe sua mão – Por que você está com o
uniforme de educação física?
-Eu escorreguei em uma poça d’água – volta a
olhar para a maçã – em um dos intervalos. – termina de descascar, corta e larga
a faca.
Hinato se aproxima do garoto e fica muito perto
do rosto dele.
-Por que acho que está mentindo?
-Nã-não est.... – engole seco olhando nos olhos do
rapaz – você está.... Muito.... Perto...
-É por que você não me diz a verdade... – se
aproximando.
O clima fica um pouco romântico e quando os
lábios de ambos os garotos estavam quase se tocando, alguém bate na porta e
Kusame se afasta um pouco do garoto sentando no chão.
-Kusame.... – uma mulher diz e entra – soube que
está com visitas! Espero que seu amigo se retire logo para que possa descansar.
Maki olha para a porta e vê uma mulher formidável,
com cabelos negros presos e enfeitados, trajando um yukata florido. Seus olhos
eram mel e se portava como uma dama.
-Retire-se do meu quarto senhora. – Kusame fala
zangado – Nunca lhe autorizei a me chamar pelo nome, muito menos em se meter
nas visitas que meus amigos me fazem, ele vai embora quando tiver que ir. A
única face que me faz ficar mais doente é a sua, por tanto, tire-a logo da
minha frente. – desvia o olhar.
A mulher toma um belo choque e se retira. Maki
mostra as maçãs cortadas para Hinato e diz.
-Você não deveria trata-la assim.
-Ela merece ser tratada pior, acredite.
-Hinato! – ele se surpreende e olha para o garoto
– ninguém merece ser tratado mal.
-....
-Eu tenho que voltar logo para preparar o jantar
e o almoço de amanhã. – se levanta – você deveria comer e descansar.
-Se.... – sem jeito – você insiste.... Kohime!
A garota entra no quarto.
-Sim, Kusame-sama?
-Poderia acompanhar Maki-chan até a porta?
-Sim senhor.
Maki se despede e segue a garota lentamente.
-Nossa... Eu não lembrava que tínhamos vindo por
aqui...
-A casa é realmente grande – a garota diz animada
– é fácil de se perder por aqui.
-Eh...
-Fico feliz por Kusame-sama ter um novo amigo.
Você pode visita-lo quando quiser.
-Obrigado Kohime-san, farei o possível. – sorri.
-Com licença! – a mulher de antes aparece e diz –
adoraria tomar um pouco de chá com você, se não for um incomodo.
Kohime fica em alerta, porém, Maki concorda em
tomar chá com a mulher.
Ela se senta perfeitamente formal, Maki também,
pois havia sido ensinado de um tudo, desde pequeno. O rapaz toma um gole do chá
e olha perdido para a xícara.
-‘Talvez
ela queira saber como ele está na escola....? Afinal, ele não conversa direito
com ela e ela pode estar preocupada.... Não acho que ela seja uma má pessoa.’
-Suou Makizawa – ela diz – eu me chamo Hinato
Suzume.
-É um prazer conhece-la Hinato-san.
-Vou ser direta, Eu preciso que se afaste de
Kusame por um tempo.
-‘Retiro o
que pensei sobre ela’ – surpreso.
-Ele precisa passar pelo julgamento do pai e
precisa de total concentração, espero que compreenda.
Maki coloca o chá que estava em suas mãos na
mesa, curva-se e diz.
-Obrigado pelo chá – se endireita – mas, por
respeito ao meu amigo, fingirei que não ouvi as últimas palavras de vossa
senhoria.
A mulher percebe o tom de revolta nas palavras de
Maki, quanto mais ele parecia falar polido, mais parecia que suas palavras eram
cortantes. O rapaz se levanta.
-Onde pensa que vai?! – a mulher diz – quero que
me responda! Ou melhor, quero que faça o que digo!
-.... – suspira – isso não irá acontecer. Kusame
foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, graças a ele eu me sinto feliz
aqui, ele é um grande amigo para mim e se um dia ele estiver enjoado de mim ou
não quiser mais ser meu amigo, ele mesmo terá que me dizer e eu vou entender...
Você está me pedindo algo insano e me arrependo de ter pensado que a senhora
era uma boa pessoa. Se quer que ele passe na prova que tem que fazer com o pai,
não retire todos que estão ao redor dele, o apoie! – olha para Kohime.
-Eu vou lhe guiar até a saída.
-Obrigado.
A mulher fica sem
palavras e Maki fica bem chateado.
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