Extra III – Estou finalmente em casa.
Ao abrir os
olhos, mesmo com a visão embaciada, Yoru vê o sol da manhã aparecendo pela
janela e a cortina branca sendo movida pelo vento. Ao virar-se para o outro
lado, vê Urano acordando como uma criança, abrindo os olhos devagar mesmo não
querendo abri-los. Quando os seus olhos se encontram, Urano sorri e diz.
-Bom dia. – baixo e manhoso.
Yoru abraça
Urano com todas as suas forças e fala quase chorando.
-Pensei... Que nunca mais te
veria....
-E eu pensei – retorna o abraço
– que não mais acordaria... – Urano o aperta contra si – você tem ideia de
quanto tempo está dormindo? Céus...
-Há algo que me esqueci.... –
Yoru diz reparando o cabelo do garoto trançado e branco novamente – ‘tudo aquilo não foi um sonho....’
Urano...
-Hum?!?
Sorrindo,
Yoru segura o rosto de Urano e o beija. Um pouco surpreso Urano fecha seus
olhos e retornando o beijo, passa suas mãos pelo braço de Yoru. De repente um
dos estômagos ronca.
Urano
começa a preparar algo para comer, Yoru o ajuda a descascar alguns legumes,
sentado em uma cadeira de madeira de frente para uma mesa também de madeira se
sentindo fraco. A pequena casa em que estavam era composta por uma cozinha
acoplada em uma sala, um quarto e um banheiro, não muito grande, porém,
aconchegante.
Yoru repara
nas vestes de Urano, o garoto vestia uma túnica branca com uma fita dourada
amarrada em sua cintura e seu cabelo estava trançado indo até o seu joelho. A
túnica deixava seus pés para fora em quanto suas mangas foram enroladas para
facilitar o que estava fazendo.
-Por quanto tempo eu dormi?
-Uma semana....
-Tanto assim?
-É....
-Onde estamos agora?
-Na minha vila... Algumas casas
foram destruídas... Algumas pessoas estão ajudando na restauração.
-Pensei que todos haviam
morrido....
-Minha avó e a sua irmã
escaparam de serem assassinadas... Minha vó criou esse clã e sua irmã criou um
ao norte... Quando soube do que aconteceu aqui, ela veio imediatamente...
Quando chegamos aqui eles já estavam reconstruindo o local.... – suspira
mexendo uma panela – E parece que algumas pessoas conseguiram se salvar...
Algumas crianças também.... Apesar dos pais não terem tido a mesma sorte.
-E o que vai fazer daqui em
diante?
-Pretendo continuar com o que a
minha família construiu... Somos poucos, porém, nos tornaremos vigorosos
novamente.
-É impressão minha – termina o
que estava fazendo – ou você amadureceu muito mais nessa semana que passou?
Urano deixa a colher cair
surpreso, a recolhe dizendo.
-S-só tive que tomar várias decisões
e fazer várias coisas em quanto dormia....
-Hum... Então quer dizer... –
levanta, leva os legumes até a pia e abraça Urano por trás – que nós dormimos
na mesma cama por uma semana... – cheira o cabelo do garoto que estava corado –
que desperdício.....
O garoto fecha seus olhos em
quanto coloca suas mãos a cima das de Yoru que envolviam a sua cintura e fica
com os pensamentos longe durante o beijo que recebe em seu pescoço.
-Seu cabelo está branco de
novo... – Yoru fala próximo ao ouvido de Urano.
-Sua barba está machucando... –
sorri.
-Desculpe.... – vira o garoto
para si – lide com isso mais um pouco.
Antes que Yoru beije novamente
ele, Urano abre seus olhos rapidamente e empurra o rapaz dizendo.
-Ray.... – olha na direção da
porta – pode entrar.... – limpa sua voz.
Um rapaz que deveria ter a
idade de Urano ou ser até um pouco mais velho, entra pela porta improvisada de
madeira e diz.
-Misaki-sama! – curva-se
rapidamente – muito bom dia! As crianças estão juntas próximo ao lago para a
aula.
-Estarei lá em um minuto...
-O rapaz curva-se novamente
alegre e ao ver Yoru diz.
-É bom vê-lo acordado senhor. –
sai da casa sorrindo.
-Você...? – Yoru fala sem
entender.
-Ensino as crianças o que
posso...
-Tem certeza que não dormi
alguns 10 anos?
-Haha – sorri – tenho certeza
que não... Eu tenho que ir... Se quiser pode ajudar nas casas...
-Farei o meu melhor...
Urano beija o rosto de Yoru e
segue em direção a porta.
-Ah... Hoje a noite terá uma
celebração as sete no centro... Não poderei voltar para casa então, me encontre
lá ok?
Yoru apenas concorda com a
cabeça, parecia que havia ganho na loteria em um piscar de olhos. De barba
feita e estômago satisfeito, o rapaz segue até a construção mais próxima e
começa a ajudar no que é necessário. Todas as pessoas ao seu redor lhe tratavam
como um igual mesmo sem nem ao menos tê-lo visto uma única vez. Todos eram
gentis e bondosos. De repente, seus olhos se perdem ao ver Urano tão feliz
falando com várias crianças ao seu redor, algumas delas faziam um belo penteado
em seu cabelo em quanto outras ouviam atentamente o que ele dizia, um sorriso
bobo se faz em seu rosto.
Mais tarde, naquele mesmo dia,
as pessoas dançavam em volta de uma grande fogueira, felizes e sorridentes,
como se fosse a coisa mais natural do mundo. Em meio a vários passos distraídos
e desengonçados, Yoru consegue encontrar Urano, que estava com várias flores em
volta de seu cabelo com um trançado diferente e belo. Ao ver o rapaz, Urano
sorri e corre ao seu encontro, o puxa para dançar e mesmo sem jeito, ambos se
divertem até a manhã renascer novamente.
Com o silêncio do amanhecer,
Yoru e Urano se sentam na beira do lago próximo a vila. O rapaz tinha o seu
braço em volta da cintura de Urano, esse que, deita sua cabeça no ombro que o
abraçava.
-É engraçado que.... – Yoru diz
olhando para o lago – eu nem faço ideia do motivo da comemoração.
-Há tantos.... – Urano diz de
olhos fechados – a vida, a natureza, a felicidade, a tristeza, o amor... –
sorri e abre os olhos erguendo-se para olhar nos olhos de Yoru – Você me
perguntou sobre o que eu iria fazer de agora em diante.... E você, o que vai
fazer?
-Eu? – se surpreende – pretendo
voltar para casa.
-Voltar? – se surpreende e o
sol começa a aparecer – Quer dizer que vai embora?
-Minha casa... – encosta sua
testa na dele – é em qualquer lugar desde que você esteja lá.
-Não me assuste assim! – fica chateado
e corado.
-Devia ter visto a sua
expressão... – sorri.
Urano beija a bochecha de Yoru
e olha para o sol nascendo sorrindo.
-Urano?
-Hum?
-Casa comigo?
-.... Eh....!
~Fim~
Obrigada por ler essa obra, desculpe a
demora em escrevê-la.
Ass. B.A.P.
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